Modern Times (1936)
By Sarah - sábado, maio 07, 2011
Era na altura da comemoração dos 122 anos do nascimento de Charles Chaplin que tencionava publicar a minha crítica do Modern Times, mas infelizmente não consegui publicá-la no tempo devido, e cá estou eu praticamente um mês mais tarde a fazê-lo. Mas no que toca a prestar homenagens a Chaplin, indiscutivelmente dos maiores cineastas do século XX, mais vale tarde do que nunca! Modern Times é um filme de 1936, realizado e escrito por Charlie Chaplin, sendo o seu último filme mudo, que embora não contendo diálogos, está repleto de efeitos sonoros e música. Num tempo onde o cinema falado já existia, Chaplin preferiu manter a estrutura do cinema mudo, sem em nada prejudicar a brilhante cinematografia de Modern Times, pois Chaplin consegue à mesma transmitir na perfeição o que pretende, sem ter que recorrer a palavras para o fazer. Verdadeiramente de génio.
A acção do filme decorre durante os anos da Grande Depressão em 1929, caracterizada pela escassez de recursos, pobreza e fraca economia. O filme irá criticar, de forma inteligente e bem-humorada, os modos de produção capitalistas, a ambição dos burgueses, as condições de trabalho em que se encontravam esses trabalhadores, e principalmente, o próprio conceito de modernidade industrial que surgia. O interessante é que o mesmo se passa hoje em dia, em tom de analogia, o que torna o título do filme bastante oportuno e irónico ao mesmo tempo. E não só, Charles Chaplin satiriza diversas questões sociais da época, como o consumismo, por exemplo. O realizador sintetiza como ninguém este período histórico. Apesar do seu estatuto enquanto melhor comédia de sempre (ri-me histericamente de início ao fim), é impossível ignorar a sua componente política, pois é uma comédia carregada de fortes críticas sociais. Cada sequência é inovadora, bem estruturada e executada, num talento que apenas Chaplin possuía. É mesmo com muita criatividade e inteligência que Chaplin assume a liderança do filme, tanto na realização (pois conduz a narrativa com segurança) como enquanto protagonista. "The Little Tramp" é uma personagem imortalizada, sem sombra de dúvidas, e extremamente bem interpretada por Chaplin.
A trilha sonora foi composta pelo próprio Charles Chaplin, que contém o famoso tema "Smile" que mais tarde foi interpretada por vários artistas tais como Nat King Cole, Diana Ross, Michael Jackson, Rod Stewart, Michael Bublé, entre outros. Simplesmente sublime, tornou-se num clássico mundial. E é claro que a música é um elemento fundamental neste filme, pois forma uma riqueza dialéctica juntamente com a imagem, que tem por objectivo expressar ao máximo a mensagem e a proposta de cada cena.
A acção do filme decorre durante os anos da Grande Depressão em 1929, caracterizada pela escassez de recursos, pobreza e fraca economia. O filme irá criticar, de forma inteligente e bem-humorada, os modos de produção capitalistas, a ambição dos burgueses, as condições de trabalho em que se encontravam esses trabalhadores, e principalmente, o próprio conceito de modernidade industrial que surgia. O interessante é que o mesmo se passa hoje em dia, em tom de analogia, o que torna o título do filme bastante oportuno e irónico ao mesmo tempo. E não só, Charles Chaplin satiriza diversas questões sociais da época, como o consumismo, por exemplo. O realizador sintetiza como ninguém este período histórico. Apesar do seu estatuto enquanto melhor comédia de sempre (ri-me histericamente de início ao fim), é impossível ignorar a sua componente política, pois é uma comédia carregada de fortes críticas sociais. Cada sequência é inovadora, bem estruturada e executada, num talento que apenas Chaplin possuía. É mesmo com muita criatividade e inteligência que Chaplin assume a liderança do filme, tanto na realização (pois conduz a narrativa com segurança) como enquanto protagonista. "The Little Tramp" é uma personagem imortalizada, sem sombra de dúvidas, e extremamente bem interpretada por Chaplin.
A trilha sonora foi composta pelo próprio Charles Chaplin, que contém o famoso tema "Smile" que mais tarde foi interpretada por vários artistas tais como Nat King Cole, Diana Ross, Michael Jackson, Rod Stewart, Michael Bublé, entre outros. Simplesmente sublime, tornou-se num clássico mundial. E é claro que a música é um elemento fundamental neste filme, pois forma uma riqueza dialéctica juntamente com a imagem, que tem por objectivo expressar ao máximo a mensagem e a proposta de cada cena.
Modern Times permanecerá incontestavelmente dos filmes mais populares de Chaplin e dos mais icónicos de sempre da história do cinema. A palavra "clássico" não chega para definir esta película, mas está lá bastante perto. É um filme que forma opiniões, e esse é o principal poder de Charles Chaplin, a sua capacidade de transmitir com sucesso as suas opiniões e sátiras. É absolutamente essencial, devendo ser revisto inúmeras vezes.
EXAME
Realização: 10/10
Actores: 9/10
Argumento/Enredo: 8.5/10
Duração/Conteúdo: 7.5/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 8/10
Média Global: 8.6/10
Crítica feita por Sara Queiroz
Informação
Título em português: Tempos Modernos
Título Original: Modern Times
Ano: 1936
Realização: Charles Chaplin
Actores: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman, Stanley Sandford, Chester Conklin
Trailer do filme:
E já agora, permitam-me a sugestão para verem uma outra fantástica e recente interpretação da música "Smile" pela banda da escola CAD composta pelo Pedro Monteiro, Inês Chambel Borges, Miguel Santos, André Pinho, Luís Moreira e Sara Moreira, direccionada pelo Prof. Paulo Trindade Carvalho. Absolutamente imperdível.
11 comentários
Boa análise. A profundidade de Chaplin foi poucas vezes igualada no cinema mundial! Até penso que devia ser obrigatória a visualização no filme nas aulas de história, quando se dá a Revolução Industrial...
ResponderEliminarEm relação à banda, parabéns aos artistas!
Gosto muito deste. É dos meus preferidos do Chaplin, mas tmb acho que é dos preferidos de toda a gente :)
ResponderEliminarAnónimo, por acaso não seria nada má ideia. Transmite de facto como as coisas se passavam naquela altura, com uma abordagem cómica mas realista. E sim, concordo que artistas seja a palavra perfeita para apelidá-los, fizeram um excelente trabalho.
ResponderEliminarFrancisco, para mim é difícil escolher um preferido de Chaplin, são tão bons todos... E vou mesmo ver aquele que recomendaste, parece-me que verei Chaplin num diferente registo, o que é sempre interessante!
Obrigada pelas visitas e comentários!
Muito bom texto, como sempre. Vou concordar com o comentário do Francisco, este também é dos meus preferidos de Chaplin.
ResponderEliminarExcelente versão da música. É show mesmo! São colegas seus, Sarah? Cantam muito bem!
Adorei o novo visual do Blog. Parabéns!!!
ResponderEliminarExecelente olhar para com esta obra magnífica do eterno Carlitos ou qualquer outro nome que tiver localmente em cada região. Chaplin foi um gênio e sua composição, Smile é de fazer chorar.
Por acaso, Modern Times é o meu filme preferido empatado com City Lights deste mestre da pantomima.
Beijo.
RODRIGO
Muito bom filme. E devo dizer que o cover do "Smile" estava excelente! O Pedro e a outra rapariga cantam agelicalmente! Adoro o Chaplin!
ResponderEliminarAhah não te sabia fã de Chaplin, oh Montez :P Ainda bem.
ResponderEliminarObrigada Rodrigo! Deu trabalho "montar" o novo visual, mas acho que compensou o esforço. Smile é, de facto, uma música de fazer chorar de tão envolvente que é. City Lights é outro grande filme, a ver se também escrevo uma crítica desse. A minha irmã publicou o mês passado a crítica do The Great Didactor.
Xôr Rodman olha que a tua voz também é boa, continua o teu excelente trabalho nas dobragens! Se explorares a área do canto, é provável que consigas. E concordo, angelicalmente ;)
Obrigada a todos pelos comentários.
É um filme delicioso, que não vejo há muitos anos, e que agora me deixaste com imensa vontade de rever. Como sempre, fizeste uma óptima crítica, salientando dois aspectos que acho muito importantes (e que, vejamos, são todo o trabalho de Chaplin): a dupla vertente de bom entretenimento (muito nos rimos) e de sensibilização social e política (outro grande exemplo é o The Great Dictator). Uma história que ainda hoje se pode contar, numa altura em que Portugal está perto do fundo, em parte graças a um novo-riquismo sobre o qual Charile certamente teria muito a dizer.
ResponderEliminarCharlie Chaplin é um senhor que sabe sensibilizar os espectador em todos os sentidos possíveis.
ResponderEliminarRealmente, Modern Times poderia ser visto numa aula de História, tal como o The Great Dictator que, apesar de não ser realmente fidedigno, consegue mostrar alguns factos Históricos. Modern Times é um clássico mas ainda assim prefiro o The Great Dictator.
Obrigada pelo comentário Diogo :D Olha e disseste bem, certamente que Chaplin teria muito a dizer sobre a situação de Portugal de hoje.
ResponderEliminarO melhor filme do Chaplin, é um dos filmes da minha vida. Absolutamente brilhante!
ResponderEliminarhttp://cinelupinha.blogspot.com/