After.Life (2009)
By Sarah - segunda-feira, maio 16, 2011
After.Life é um thriller estreado em 2010, protagonizado por Christina Ricci e realizado pela estreante Agnieszka Wojtowicz-Vosloo. Achei a temática do filme interessantíssima, e o trailer também me tinha suscitado o interesse. E, claro está, com um elenco riquíssimo destes (Christina Ricci, Liam Neeson e Justin Long), a vontade de ver o filme era ainda maior. Após o seu visionamento, é-me difícil explicar qual foi a sensação com que fiquei. É que não me aqueceu, nem me arrefeceu. Não desgostei, mas não adorei. Passo a explicar.
Após um horrífico acidente de carro, Anna (Christina Ricci) acorda no interior de uma morgue, onde se depara com o dono da funerária Elliot Deacon (Liam Neeson) a preparar o seu corpo para o funeral. Confusa e assustada, Anna não consegue acreditar que está morta, não obstante Elliot constantemente assegurar que ela encontra-se meramente na transição entre a vida e a morte. Elliot diz-lhe que tem a capacidade para comunicar com os mortos, sendo o único que a pode ajudar. Anna verá-se forçada a enfrentar os seus medos e a aceitar a própria morte. Mas será que Elliot diz a verdade ou será um macabro serial killer? Sem dúvida que é a grande questão do filme, e a sensação de dúvida é constante.
After.Life parte de uma premissa sólida e a sua história é imensamente interessante. Aborda uma temática complexa e misteriosa, o facto de existir ou não vida após a morte, daí considerar que tinha a priori grandes potencialidades para ter sucesso. No entanto, é daqueles que se fica pela promessa mas acaba por não cumprir, pois não só falha em proporcionar um mínimo momento de verdadeira intensidade como a própria execução não está bem assegurada, devido à sua narrativa confusa e inconstante. Se por um lado pode parecer bom rondarmos a incerteza, por outro, chega a ser demais, na medida em que chega a uma altura em que a narrativa já foi mastigada e invertida tantas vezes, que não há ponta que se lhe pegue. É, sem sombra de dúvidas, um filme susceptível a diversas interpretações. Não fiquem à espera de obter grandes respostas no final, pois o facto é que não nos é facultada qualquer resposta clara e concisa. Penso que a intenção da realizadora foi mesmo deixar o espectador interpretar e concluir por si. Pois bem, isso poderá parecer positivo, só que em After.Life revela ser um ponto negativo pois como a premissa não foi bem executada, existem inevitavelmente buracos no argumento, o que não permite ao espectador concluir com grandes fundamentos. Na minha opinião, a realizadora esforçou-se demais a proporcionar um desafio intelectual ao espectador, acabando por se perder nesse processo.
Relativamente às personagens, considero que há pouco desenvolvimento das mesmas. Porém, isso não tira o mérito da excelente interpretação de Liam Neeson, que para mim faz valer o filme totalmente. A sua personagem, fria e calculista, é de causar verdadeiros arrepios. A crítica social que a realizadora tenta transmitir, a do verdadeiro desapreço que algumas pessoas têm pela vida, é feita através desta personagem, excelentemente bem interpretada pelo grande Liam Neeson. Christina Ricci apresenta-nos uma performance bastante competente, apesar da personagem que interpreta ser muito enfadonha mesmo. Em relação a Justin Long, é mais do mesmo. Esteve bem, mas não consigo dissociar da personagem que interpretou em Drag Me To Hell, é o mesmo registo.
After.Life é um filme que se vê bem, apesar de se tornar cansativo. Não é daqueles que causa impacto, mas ver uma primeira vez certamente não custa. Porém, rapidamente cairá no esquecimento.
Após um horrífico acidente de carro, Anna (Christina Ricci) acorda no interior de uma morgue, onde se depara com o dono da funerária Elliot Deacon (Liam Neeson) a preparar o seu corpo para o funeral. Confusa e assustada, Anna não consegue acreditar que está morta, não obstante Elliot constantemente assegurar que ela encontra-se meramente na transição entre a vida e a morte. Elliot diz-lhe que tem a capacidade para comunicar com os mortos, sendo o único que a pode ajudar. Anna verá-se forçada a enfrentar os seus medos e a aceitar a própria morte. Mas será que Elliot diz a verdade ou será um macabro serial killer? Sem dúvida que é a grande questão do filme, e a sensação de dúvida é constante.
After.Life parte de uma premissa sólida e a sua história é imensamente interessante. Aborda uma temática complexa e misteriosa, o facto de existir ou não vida após a morte, daí considerar que tinha a priori grandes potencialidades para ter sucesso. No entanto, é daqueles que se fica pela promessa mas acaba por não cumprir, pois não só falha em proporcionar um mínimo momento de verdadeira intensidade como a própria execução não está bem assegurada, devido à sua narrativa confusa e inconstante. Se por um lado pode parecer bom rondarmos a incerteza, por outro, chega a ser demais, na medida em que chega a uma altura em que a narrativa já foi mastigada e invertida tantas vezes, que não há ponta que se lhe pegue. É, sem sombra de dúvidas, um filme susceptível a diversas interpretações. Não fiquem à espera de obter grandes respostas no final, pois o facto é que não nos é facultada qualquer resposta clara e concisa. Penso que a intenção da realizadora foi mesmo deixar o espectador interpretar e concluir por si. Pois bem, isso poderá parecer positivo, só que em After.Life revela ser um ponto negativo pois como a premissa não foi bem executada, existem inevitavelmente buracos no argumento, o que não permite ao espectador concluir com grandes fundamentos. Na minha opinião, a realizadora esforçou-se demais a proporcionar um desafio intelectual ao espectador, acabando por se perder nesse processo.
Relativamente às personagens, considero que há pouco desenvolvimento das mesmas. Porém, isso não tira o mérito da excelente interpretação de Liam Neeson, que para mim faz valer o filme totalmente. A sua personagem, fria e calculista, é de causar verdadeiros arrepios. A crítica social que a realizadora tenta transmitir, a do verdadeiro desapreço que algumas pessoas têm pela vida, é feita através desta personagem, excelentemente bem interpretada pelo grande Liam Neeson. Christina Ricci apresenta-nos uma performance bastante competente, apesar da personagem que interpreta ser muito enfadonha mesmo. Em relação a Justin Long, é mais do mesmo. Esteve bem, mas não consigo dissociar da personagem que interpretou em Drag Me To Hell, é o mesmo registo.
After.Life é um filme que se vê bem, apesar de se tornar cansativo. Não é daqueles que causa impacto, mas ver uma primeira vez certamente não custa. Porém, rapidamente cairá no esquecimento.
EXAME
Realização: 5/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 6/10
Duração/Conteúdo: 6/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 6/10
Média Global: 6.3/10
Crítica feita por Sara Queiroz
Informação
Título em português: Depois da Vida
Título Original: After.Life
Ano: 2009
Realização: Agnieszka Wojtowicz-Vosloo
Actores: Christina Ricci, Liam Neeson, Justin Long
Trailer do filme:
9 comentários
Já me recomendaram esse filme, estava estudando algo relacionado com filosofia e me disseram que isso se relacionava com Freud ou Schopenhauer na questão da transcendência da mente e da vida e da morte. Parece ser um bom filme, vou procurar.
ResponderEliminarAbraços.
Sua crítica é muito ponderada e justa (como sempre), Sarah. Mas acho que nesse caso foi bondosa demais. Ou talvez eu que seja sempre pessimista demais. :D
ResponderEliminarA premissa do filme é realmente intrigante mas a realização deixou muito a desejar. Talvez um diretor/roteirista mais experiente tivesse tomado direções mais ousadas ou pelo menos mais firmes e conscientes. A verdade é que, do jeito que ficou, o filme é uma bagunça sem identidade.
E o Liam Neeson é um bom ator mas acho que estava inadequado para o personagem. E foi muito mal aproveitado. Novamente, isso é culpa do roteiro e da direção.
Mas Justin Long... esse é terrível. E está sempre igual em todos os filmes, ne?
Já a protagonista tinha que ser a Christina Ricci mesmo, não? Quem mais faria uma defunta pelada tão bem? :D
Olha Sarah, fiquei na mesma que você: Não odiei, mas também não gostei. Acho que se tivessem trabalhado mais o "terror" (já que ficou muito dramático ao enfatizar sobre a vida e etc.) o filme seria melhor, afinal, daria um excelente entretenimento!
ResponderEliminarAbs.
Gabriel, aborda sem dúvida temáticas filosóficas, hás de assistir ;) *
ResponderEliminarAlexandre, o problema foi mesmo a realização, vou concordar contigo, não soube dar o rumo certo ao argumento. Ahah Justin Long parece sempre a mesma personagem em todos os filmes, é inacreditável!
Alan, também acho, poderiam ter investido um pouco mais na parte de terror, pois chega a uma altura que o filme fica aborrecido.
Obrigada a todos pelos comentários :)
Mais uma grande crítica :D
ResponderEliminarQuero ler algumas sobre os clássicos Disney :p
Começo por dizer que devo ter maus gostos ou então um fascinio por obras "caricatas"...
ResponderEliminarÉ indefinido como filme e precisamente foi por isso que gostei por conseguir deixar á toa quem o vê. E quando um filme me deixar assim á toa tem o meu respeito completo.
Nem se assume ser serial-killer e nem de soft-terror. É muito intrigante pela morbidez de se conviver com gente morta (ou não?), num estado de aparentemente terem vida. E tudo isto num ambiente de funebre muito soft.
Apesar de o último terço chegar realmente a descambar por não se decidir que intenções dar ao filme (e descamba porque tenta dar uma possível solução mas descabida), as duas partes inicias são de luxo mesmo, onde o elenco está todo muito bem.
O melhor deste filme é toda a sua atmosfera de suspense, que está magnificamente bem recriada. Brilhante mesmo. Tudo bem encenado, sempre misterioso todo o tempo... gostei!
Apesar de o final não resolver nada do "caso e direcção do filme... eu adorei-o imenso.
Só recomendado a todos aqueles que têm a capacidade de tolerar filmes assim.
Ainda hoje não sei claramente dizer o que se passou nesta história, aberta a muitas interpretações.
Adorei-o por, repito, precisamente me deixar à toa sobre o que pensar acerca deste bizarro filme.
Uma coisa é certa, ninguém sabe o que acontece depois de se morrer...
Surpreendeu-me. Sem querer ser do contra, digo que é um grande filme desnorteado!
Cine-critica: After.Life (2010)
Obs: O que será que diriam do "The Box" do Richard kelly (o realizador do Donnie darko)?
Óptima crítica :D Vi este filme há um mês e tal, e devo-te confessar que nem sequer tinha perdido tempo a pensar se tinha gostado ou não. Foi-me tão indiferente, que por incrível que pareça não pensei mais no assunto =P
ResponderEliminarAgora fiquei na dúvida: mau, por enrolar/desenrolar e acabar na mesma; ou bom, porque nos deixa atordoados.
Acho que vou deixar pousar um bocadinho mais a areia, e talvez rever daqui a uns meses, de forma a tomar atenção a mais aspectos e formar opinião. No entanto, não desgostei, apenas também não adorei!
A ideia é boa o filme é pessimo. Dos piores que vi. Mesmo daqueles de me fazer querer sair da sala de cinema. Fiquei até ao fim. Adoro o Liam Neeson, vejo qq coisa com ele. Mas nem ele salva este filme.
ResponderEliminarAss. Kes
Armando, obrigada pelo teu comentário e visita. Discordamos em alguns pontos sem dúvida, mas gostei de conhecer a tua posição, pois está bem elaborada. De facto, também acho que a atmosfera de suspense é inegável, mas podiam ter feito muito mais! Tinha imensas potencialidades o filme. E não te preocupes que percebo as tuas "contradições". Há diversos filmes que também me deixam assim. Relativamente a "The Box", é um filme interessante para analisar em breve...
ResponderEliminarMiguel, realmente o facto de não ficarmos a saber o que achámos do filme pode ter essa dupla vertente de ser bom ou mau. Sinceramente acho que neste caso é um ponto negativo... Mas acaba por ser isso, não se gosta, nem se adora.
Kes, de boas intenções está o inferno cheio, não é o que se diz :P ? Falha, de facto, na concretização, um filme que parte de uma boa premissa.
Obrigada a todos (: