Buried (2010)
"170,000 SQ miles of desert. 90 minutes of Oxygen. No way out."
Dos filmes mais inconvencionais, perturbadores e tensos que vi, Buried capta a atenção do espectador de início ao fim, e na minha opinião, é indiscutivelmente dos melhores filmes de 2010.
Ryan Reynolds interpreta Paul Conroy, um camionista a trabalhar no Iraque, que é vítima de uma emboscada e acaba por ser enterrado vivo num caixão. Ao acordar, depara-se apenas com uma lanterna e um telemóvel à disposição. Paul tenta desesperadamente avisar as autoridades, à medida que também negoceia com os terroristas que o puseram lá. Mas com o oxigénio a ficar cada vez mais escasso, sobreviver é uma corrida contra o tempo... Infelizmente para Paul, este filme não é o Kill Bill em que temos a Beatrix Kiddo a destruir o caixão com as próprias mãos. É um filme que tem uma história eficaz que nos permite experienciar de perto praticamente tudo o que o protagonista faz. É tão credível e envolvente que é impossível não nos colocarmos na pele dele.
Sem dúvida que ser enterrado vivo é dos medos mais comuns entre nós. Só de imaginar, dá-me uma verdadeira aflição. Deve ser imensamente desesperante! Na minha opinião, poucos filmes ou mesmo séries conseguiram explorar esta claustrofobia. No entanto, em Buried, a sensação de se estar confinado a 4 paredes debaixo da terra é mais viva do que nunca, pois experiencia-se intensamente durante 90 minutos o desespero desta realidade. Isto porque o único cenário que conhecemos durante a película é mesmo o interior do caixão, em que acompanhamos as tentativas do protagonista para controlar a situação. Intrigante não é? Muitos poderão pensar como será possivel manter o interesse quando o cenário é apenas aquele. Mas garanto-vos, o estreante Rodrigo Cortés conseguiu, partindo de uma premissa simples e de um orçamento baixíssimo, criar um ambiente desagradável, cortante e tenso, que nos leva a querer saber sempre mais e descobrir como é que o protagonista se vai ver livre daquilo. O mais impressionante ainda é a capacidade que o realizador tem de nos surpreender! É incrível como, em 90 minutos e cingidos a um único cenário, coisas absolutamente inesperadas podem acontecer. O filme é dotado de surpreendentes twists em que as oscilações entre esperança e desespero dominam e nunca cai na linha de previsibilidade ou aborrecimento.
Em suma, Buried é um thriller fantástico e original. Obviamente que está mais que recomendadíssimo, especialmente se procuram um filme diferente capaz de vos surpreender.
Realização: 8/10
Actores: 9/10
Argumento/Enredo: 8/10
Duração/Conteúdo: 7.5/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 8.5/10
Média Global: 8.2/10
Crítica feita por Sara Queiroz
Informação
Título Original: Buried
Título em Português: Enterrado Vivo
Ano: 2010
Realização: Rodrigo Cortés
Actores: Ryan Reynolds, José Luis García Pérez and Robert Paterson
Trailer do Filme
8 comentários
Gosto do teu blog, irei acompanhar-lo. Também gostei deste filme, com um baixo orçamento o realizador fez um bom filme.
ResponderEliminarGostei da crítica, é precisamente nesse sentido que vejo o filme, também. Explorou a claustrofobia como nunca ninguém já fez, uma mestria cinematográfica de louvar. Só não concordo que tenha tido twists surpreendentes; aliás, isso é que impede que o filme seja mais do que um "muito bom filme" ;)
ResponderEliminarGonga: Obrigada pela visita (: E sem dúvida que o realizador conseguiu fazer uma maravilha com poucos meios!
ResponderEliminarDiogo: Ahaha é sempre subjectivo, também depende das circunstâncias em que se vê o filme, e em que estado de espirito se está! Eu achei surpreendente, especialmente a parte final.
Tenho que dizer que a minha opinião em relação ao filme é exactamente (ou 99%) igual ao que aqui escreveste! Great job.
ResponderEliminarRi-me nesta parte: "Infelizmente para Paul, este filme não é o Kill Bill em que temos a Beatrix Kiddo a destruir o caixão com as próprias mãos."
Foram várias as vezes que o pensamento "Mas será que ele não viu o Kill Bill?!" assolou a minha mente enquanto vi o filme ahaha.
De resto, acho que só me resta acrescentar que Hitchcock, muito provavelmente, ficaria orgulhoso em ver alguém capaz de injectar tanta tensão e intensidade num filme que se confina a um mero caixão. Brilhante :)
A critica integra-se na totalidade com a minha opinião, é notável o trabalho feito pelo realizador e pela restrição dos seus meios para o desenvolver.
ResponderEliminarA constante ansiedade vivida no filme impressiona. É necessário referir que quando o filme terminou fiquei aziado... de facto este filme pretende retratar as condições e comunições desenroladas pelos serviços de apoio ao terrorismo, mostrando-nos uma vertente de que nem sempre são assim tão eficazes.
Bom Trabalho ;)
Nuno, este filme fez-me muito recordar o "Final Escape" de Alfred Hitchcock, outro grande título que me arrepiou dos pés à cabeça! Nem me vou debruçar sobre a história, porque se não viste, não te quero estragar a surpresa! Recomendo-te a dares uma olhadela. Assemelha-se a Buried.
ResponderEliminarPedro, sem dúvida, Buried constitui uma crítica à política anti-terrorista dos EUA e demonstra a existência de um mundo paralelo relativamente aquilo que chega a nós através dos discursos oficiais na televisão. Chega a ser chocante e arrepiante a indiferença de algumas organizações...
Muito obrigada pelo comentários (:
Posto isto, nada a acrescentar! Excelente Blog! Continua Sara
ResponderEliminar"Enterrado": 2*
ResponderEliminarHá anos que queria ver "Enterrado" e vi-o recentemente, mas foi uma grande desilusão.
A história de "Buried" é bastante aborrecida, tal como o seu desenrolar.
Cumprimentos, Frederico Daniel...