Resident Evil: Retribution (2012)
By Sarah - domingo, setembro 30, 2012
Devo dizer que o meu papel, ao fazer a crítica a este filme, é bastante ingrato. Quem me conhece, ou quem segue o meu blog, sabe que eu sou acérrima defensora da saga Resident Evil, tendo até uma estranha obsessão pouco saudável. Foi-me sempre complicado manter-me objectiva em relação a estes filmes, especialmente quando é constantemente alvo de críticas. Verdade seja dita, apesar de não ter sido particularmente bem recebido (ao divergir imenso do videojogo), o primeiro capítulo da saga Resident Evil datado de 2002, é um filme de bastante qualidade, a diversos níveis, a destacar o argumento sólido independentemente das poucas alusões que faz ao jogo. É um filme de zombies bastante bem conseguido e comercialmente bem sucedido. Não isento de falhas claro, mas na minha sincera opinião é o melhor da saga. E não entendo como é que poucos gostam... Mas Resident Evil tem esse efeito: ou gosta-se muito ou odeia-se. E foi nessa expectativa que fui ver ontem o quinto capítulo da saga. A verdade é que, infelizmente, não me parece que irei poder continuar expressar a mesma adoração como fiz aos filmes anteriores, pois este nem pintado de ouro conseguia fazer as minhas palavras tornarem-se minimamente credíveis.
A história começa com Alice exactamente onde a vimos pela última vez ao final de Resident Evil: Afterlife (2010) - no convés do misterioso navio Arcadia, onde ela esperava encontrar mais sobreviventes da epidemia. Porém, na realidade, o que a aguarda é a batalha da sua vida, quando a sua ex-aliada, Jill Valentine (Sienna Guillory), e uma esquadrilha de terríveis helicópteros V-22 da Umbrella Corporation se aproximam com ordens de atirar para matar, e conseguem capturá-la. Alice, a última esperança da raça humana, tenta escapar para continuar na sua incansável busca por sobreviventes. Assim, percorrendo o Japão, Rússia ou os EUA, ela vai tentar descobrir um meio de eliminar o vírus que transforma os seres humanos em zombies, e fazer justiça por conta própria, contando com ajuda de novos amigos...
A grande e irremediável falha de Paul W.S. Anderson, que eu bem tento perceber ao longo dos filmes o porquê, é a inconsistência narrativa. Já o capítulo anterior sofria do mesmo problema. É o que caracteriza Paul W.S. Anderson: uma visão de cinema simplista, que trata o espaço diegético como o domínio da acção e da acção apenas. Em termos de enredo, Paul W.S. Anderson não dá uma para a caixa, e substancialmente está bastante mais fraco que os antecessores, que é quase impossível manter o interesse. Entristece-me já ter esta concepção apriori, porque tenho que ser franca: já sabia o que podia esperar de Resident Evil: Retribution. E a verdade é que aposteriori confirmou-se. Apesar de em termos de enredo este filme ter menos substância que os anteriores, as sequências de acção conseguem mesmo compensar, pois estão verdadeiramente espectaculares e intensas. Visualmente o filme está imensamente apelativo, é avassalador... Daí poder dizer-se que tem entre os seus méritos o facto de não se preciso fazer esforço nenhum para se perceber ou para se gostar do filme. Só mesmo os mais exigentes é que irão repudiar Resident Evil. O mais engraçado, e digo-vos, isto é Karma, é que a maior crítica que faziam à saga, acabou por tornar-se o defeito mais gritante do quinto capítulo, pois este preocupou-se em demasia em transmitir o ambiente do jogo, em detrimento de um bom desenvolvimento das personagens ou até um mínimo de história que fosse possível seguir. Neste filme o elemento narrativo está mesmo fraquinho, embora em alguns momentos o 3D enriquece o mesmo. Mas é inegável que a necessidade do realizador investir em demasia na estrutura do videojogo, foi quase como assinar a sentença de morte. É que já não podem criticar o filme de não ser fiel aos jogos, pois aqui foi fiel até demais. Inegável será, em contraponto, que Resident Evil é do melhor em termos estéticos, demonstra exuberância ao mais alto nível. Adoro a cena inicial, para variar. Em termos cinematográficos não há razões de queixa, é um verdadeiro espectáculo visual em que a acção está garantida do início ao fim e com direito a pequenas surpresas visualmente alucinantes.
Porém, e sublinho, Resident Evil: Retribution peca mesmo a níveis estruturais, tanto foi a necessidade do realizador de ir buscar personagens mais que mortas de volta à história. É um filme feito para impressionar através da tridimensionalidade e não pela criatividade de argumento. Mas devo dizer que subiu uns pontos por ter trazido de volta a minha querida Michelle Rodriguez como Rain e a Sienna Guillory como Jill Valentine, e as personagens dos jogos Leon Kennedy e Ada Wong. Sinceramente não houve grandes destaques a nível de elenco secundário, talvez pelo facto dos diálogos serem verdadeiramente sofríveis. Milla Jovovich é a musa dos filmes e, para mim, a estrela que sobressai.
Resumindo. Sim, faltou-lhe alguma (quase toda) substância. Mas há quem não se importe minimamente com isso. Cenas de acção brutais, lutas coreografadas repletas de efeitos especiais e slow motion, que quase se torna impossível não fazer analogias ao filme Matrix, Milla Jovovich & Michelle Rodriguez no seu melhor, entre outras coisas. Basicamente, é isso que Resident Evil 5 - Retaliação oferece. Bom entretenimento? Sim, para os fãs da saga, mas mesmo assim a desilusão será completamente avassaladora, sendo negativo na maior parte dos aspectos. E já se prevê uma sexta parte... Será que é o derradeiro capítulo? Esperemos.
EXAME
Realização: 4/10
Actores: 6/10
Argumento/Enredo: 4/10
Duração/Conteúdo: 4/10
Banda Sonora: 8/10
Efeitos/Fotografia: 8/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 4/10
Média Global: 5.2/10
Crítica feita por Sarah Queiroz
Informação
Título em português: Resident Evil: Retaliação
Título original: Resident Evil: Retribution
Ano: 2012
Realização: Paul W.S. Anderson
Actores: Milla Jovovich, Michelle Rodriguez, Sienna Guillory
Trailer do filme:
VER TAMBÉM
- Resident Evil (2002)
- Resident Evil: Afterlife (2010)
- Especial Quadrilogia Resident Evil
A história começa com Alice exactamente onde a vimos pela última vez ao final de Resident Evil: Afterlife (2010) - no convés do misterioso navio Arcadia, onde ela esperava encontrar mais sobreviventes da epidemia. Porém, na realidade, o que a aguarda é a batalha da sua vida, quando a sua ex-aliada, Jill Valentine (Sienna Guillory), e uma esquadrilha de terríveis helicópteros V-22 da Umbrella Corporation se aproximam com ordens de atirar para matar, e conseguem capturá-la. Alice, a última esperança da raça humana, tenta escapar para continuar na sua incansável busca por sobreviventes. Assim, percorrendo o Japão, Rússia ou os EUA, ela vai tentar descobrir um meio de eliminar o vírus que transforma os seres humanos em zombies, e fazer justiça por conta própria, contando com ajuda de novos amigos...
A grande e irremediável falha de Paul W.S. Anderson, que eu bem tento perceber ao longo dos filmes o porquê, é a inconsistência narrativa. Já o capítulo anterior sofria do mesmo problema. É o que caracteriza Paul W.S. Anderson: uma visão de cinema simplista, que trata o espaço diegético como o domínio da acção e da acção apenas. Em termos de enredo, Paul W.S. Anderson não dá uma para a caixa, e substancialmente está bastante mais fraco que os antecessores, que é quase impossível manter o interesse. Entristece-me já ter esta concepção apriori, porque tenho que ser franca: já sabia o que podia esperar de Resident Evil: Retribution. E a verdade é que aposteriori confirmou-se. Apesar de em termos de enredo este filme ter menos substância que os anteriores, as sequências de acção conseguem mesmo compensar, pois estão verdadeiramente espectaculares e intensas. Visualmente o filme está imensamente apelativo, é avassalador... Daí poder dizer-se que tem entre os seus méritos o facto de não se preciso fazer esforço nenhum para se perceber ou para se gostar do filme. Só mesmo os mais exigentes é que irão repudiar Resident Evil. O mais engraçado, e digo-vos, isto é Karma, é que a maior crítica que faziam à saga, acabou por tornar-se o defeito mais gritante do quinto capítulo, pois este preocupou-se em demasia em transmitir o ambiente do jogo, em detrimento de um bom desenvolvimento das personagens ou até um mínimo de história que fosse possível seguir. Neste filme o elemento narrativo está mesmo fraquinho, embora em alguns momentos o 3D enriquece o mesmo. Mas é inegável que a necessidade do realizador investir em demasia na estrutura do videojogo, foi quase como assinar a sentença de morte. É que já não podem criticar o filme de não ser fiel aos jogos, pois aqui foi fiel até demais. Inegável será, em contraponto, que Resident Evil é do melhor em termos estéticos, demonstra exuberância ao mais alto nível. Adoro a cena inicial, para variar. Em termos cinematográficos não há razões de queixa, é um verdadeiro espectáculo visual em que a acção está garantida do início ao fim e com direito a pequenas surpresas visualmente alucinantes.
Resumindo. Sim, faltou-lhe alguma (quase toda) substância. Mas há quem não se importe minimamente com isso. Cenas de acção brutais, lutas coreografadas repletas de efeitos especiais e slow motion, que quase se torna impossível não fazer analogias ao filme Matrix, Milla Jovovich & Michelle Rodriguez no seu melhor, entre outras coisas. Basicamente, é isso que Resident Evil 5 - Retaliação oferece. Bom entretenimento? Sim, para os fãs da saga, mas mesmo assim a desilusão será completamente avassaladora, sendo negativo na maior parte dos aspectos. E já se prevê uma sexta parte... Será que é o derradeiro capítulo? Esperemos.
EXAME
Realização: 4/10
Actores: 6/10
Argumento/Enredo: 4/10
Duração/Conteúdo: 4/10
Banda Sonora: 8/10
Efeitos/Fotografia: 8/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 4/10
Média Global: 5.2/10
Crítica feita por Sarah Queiroz
Informação
Título em português: Resident Evil: Retaliação
Título original: Resident Evil: Retribution
Ano: 2012
Realização: Paul W.S. Anderson
Actores: Milla Jovovich, Michelle Rodriguez, Sienna Guillory
Trailer do filme:
VER TAMBÉM
- Resident Evil (2002)
- Resident Evil: Afterlife (2010)
- Especial Quadrilogia Resident Evil
3 comentários
Fui também eu ver este filme, como já tem vindo a ser hábito. Sou um apreciador dos jogos e vou sempre ver com um amigo fanático dos jogos. Claro que para nós os dois, foi desilusão atrás de desilusão e a cada cena que passava mais ficávamos, que sinceramente nem conseguimos absorver por completo as belíssimas cenas de acção e os efeitos especiais. Pontos, como as La Plagas que surgem assim de repente, que nos jogos é algo desenvolvido através do 4º capítulo! Leon Kennedy e Ada Wong, personagens importantes dos jogos que são aqui apresentadas à pressa e sem cuidado, dando sempre destaque a Alice, que sinceramente já cansa xD Série de coisas que falharam! Uma coisa é certa e num futuro tentarei rever o filme noutra perspectiva, olhando apenas para a sua espectacularidade, pois sem que nisso, aliás Paul W.S. Anderson acho que nunca falhou nessa parte!
ResponderEliminarBem... se nem tu defendes [completamente] o filme... Ainda assim vou ver por mais mal que eu fale destes filmes. Tradição or something =P
ResponderEliminarMas concordo que o primeiro filme é bom e consegue ser interessante. Mas só gosto até ao 2, a partir daí abano a cabeça tanta vez. Mas lá está um gajo já sabe para o que é que vai e com isso em mente pode ser divertido. Há escolhas muito melhores mas é divertido.
Eddy, concordo contigo quando dizes que há uma série de coisas que falharam em termos de adaptação do jogo, mas mesmo assim sempre fui apreciadora pela autonomização do enredo e por ter sido bem sucedido nesse aspecto. Mas sim, mesmo quando começaram a pegar nos elementos do jogo, também não tiveram lá muita cabeça a fazer isso, especialmente neste último em que a personagem da Ada Wong irritou-me do início ao fim. E gostava que tivessem dado mais destaque ao Leon Kenney, mesmo achando que o actor não era lá grande coisa. Paul W.S. Anderson realmente não falha em dar um espectáculo visual, mas devia centrar-se mais no aspecto argumentativo, algo que espero que ele tenha mais em conta no eventual 6º capítulo.
ResponderEliminarBruno Duarte, realmente muita gente ficou assustada quando eu disse que fiquei "assim assim" com o filme, porque lá está, sou sempre aquela que adora estes filmes independentemente da qualidade duvidosa... Este entretém, sem dúvida, mas fiquei desiludida, pois nada acrescentou à saga, sendo mesmo até pior, numa altura em que Paul W.S. Anderson deveria subir a fasquia...
Obrigada pelos comentários!