Paranormal Activity 3 (2011)
"It runs in the family."
A fórmula a que nos habituámos nos dois primeiros filmes parecia já estar gasta. No entanto, com este terceiro filme há uma evolução e o elemento surpresa, conseguindo juntar a “velha essência” à novidade. A saga de Actividade Paranormal renasceu com este Paranormal Activity 3.
Numa primeira nota, se viram o trailer, preparem-se para um filme completamente diferente: a maior parte das cenas não está no filme. Um medium a ir lá a casa? Não. A casa a arder? Não. A mãe arrastada pelo quarto? Não… Bom, esse facto não me desiludiu, porque aconteceu exactamente a mesma coisa aquando o release de PA 2. Contudo, há um facto inegável: este terceiro capítulo consegue ser melhor e mais interessante que os seus antecessores.
O filme constitui uma prequela, concentrando-se na infância de Katie e Kristi, passada em 1988. As meninas têm uma mãe céptica e um padrasto chamado Dennis (que se parece bastante com o Micah do primeiro filme). Ele filma casamentos e gosta de estar sempre a filmar o dia-a-dia. Após um terramoto filmado em casa, descobre-se que uma figura emerge do pó. Naturalmente, Dennis insiste em continuar as suas filmagens, descobrindo que essa figura é um amigo imaginário chamado Toby e que tem uma conexão com Katie e Kristi…
Depois da visualização deste filme creio que é obrigatório um quarto, pois criaram-se novas questões para ser respondidas. De facto, acho que estão a criar demasiadas questões antes de responder a outras primeiro. Nesse sentido, não se desenvolvem muitos dos temas que expõem e deixam-se demasiadas ideias subentendidas. Seria do meu agrado que um possível quarto filme se focasse na actualidade, para sabermos o paradeiro de Katie e Hunter.
A história está razoável, mas existem algumas falhas inegáveis no argumento escrito por Christopher B. Landon. Não poderei explicá-las, porque estaria a dar spoilers.
Os elementos dos dois primeiros filmes continuam: os sustos imprevisíveis, um início mais lento e uma segunda metade do filme muito rápida; contudo, acho que este terceiro filme está melhor no sentido em até nos dá uma boa dose de humor, um comic relief para nos aliviar de tanta tensão gerada. Em relação às câmaras, há imensa inovação. Há a inserção de um novo tipo de câmara giratória, havendo mais cenas em movimento e enquadramentos profundos- tudo isso ajuda a compor este terceiro capítulo.
Acredito que após o insucesso dos sustos do segundo filme, os criadores de Paranormal Activity decidiram que realmente teriam que mudar. Contrariamente ao segundo, onde havia imensa antecipação para depois não acontecer nada, este terceiro filme é um festival de sustos. Existem cenas que nem dá para antecipar, não estamos mesmo à espera. O realizador soube usar o timing e tensão para gerar os sustos. Apesar dos espectadores já conhecerem a fórmula, esta prequela consegue ser fantástica nesse sentido. Aconselho a irem ver ao cinema, para que a experiência sonora contribua ainda mais para os sustos que vão ter. Sabem a sensação na barriga quando andam de montanha russa? É essa mesmo que sentirão.
Destaco as performances das talentosas rapariguinhas, sobretudo Jessica Brown (Kristi), que para além de ser muito fofinha (e sinistra) é bastante credível em todas as cenas.
Paranormal Activity 3 vale pelos sustos que gera e o ambiente familiar, sendo obrigatório para os fãs da saga e do género. Contudo, deixa demasiadas ideias subentendidas, tem inegáveis falhas no argumento e um final mal explicado que custa a digerir. De qualquer maneira, a tensão, as pipocas no ar e os saltos na cadeira do cinema estão garantidos.
EXAME
Realização: 7/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 6/10
Duração/Conteúdo: 7/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 6/10
Média Global: 6.7/10
Crítica feita por Joana Queiroz
Informação
Título em português: Actividade Paranormal 3
Título Original: Paranormal Activity 3
Ano: 2011
Realização: Henry Joost e Ariel Schulman
Actores: Katie Featherston, Sprague Grayden, Chloe Csengery, Jessica Tyler Brown e Christopher Nicholas Smith
Trailer do filme:
VER TAMBÉM:
Paranormal Activity (2007) , por Sarah Queiroz
Paranormal Activity 2 (2010), por Joana Queiroz
14 comentários
Vou ver este filme em breve.
ResponderEliminarAs críticas em geral são mistas, mas já li algumas positivas, e agora a tua também o é. Confio na tua opinião, quando o vir digo-te alguma coisa.
E é bom que realmente seja melhor que o segundo,é que esse foi mesmo para adormecer.
Vejo que o nome da Katie Featherston está no elenco, quer dizer que haverá alguma intersecção?
Sim, depois manda-me o teu feedback ^^.
ResponderEliminarHum, não queria estar a dar spoilers... mas sim, a Katie ("versão adulta") aparece no filme, tal como a Kristi. Agora em que circunstâncias, se muito ou se pouco, crucial ou não... isso fica para a visualização do filme :P
Filme mesmo para esta época do ano! Nice review sis (:
ResponderEliminarEstá muito bom na minha opinião, aparentemente melhor que o segundo que até agora era o meu preferido, aconselho a quem gosta deste tipo de filme e para todos os que gostaram dos anteriores não devem mesmo perder este porque esta realmente bom, não desilude em nada, eu acho.
ResponderEliminarDe qualquer forma não posso deixar de ficar com a pulga atrás da orelha quanto ao que ficou por explicar e o que de novo aparece, nesse aspecto parece-me que pode haver um certo misto de opiniões que não deixam de ser acertadas. Por um lado novos factores entram em jogo por outro os anteriores são explicados, mas lá está, nem todos.
Gostei muito e acho que assim fica-se mesmo a espera de um quarto filme mas que talvez seja para indicar o fim ou verdadeiro início desta história.
Impressionante as raparigas serem realmente parecidas com as versões de 2007, e ainda a representar tão bem =)
Boa trabalho, boa crítica =)
filme mais parvo :S
ResponderEliminar@ Anónimo nº1 : Concordo com o que tu referiste. No entanto, acho mesmo que um quarto filme seria para explicar o fim da história (se bem que acredito que poderão pegar em 1001 coisas e fazerem um oitavo filme ou assim). Gostaria de ver um sentido de conclusão,e não uma abertura exagerada de portas para inúmeros filmes.
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário =).
@ Anónimo nº2 : Há críticas que divergem, umas mais positivas e outras mais negativas. Vejo pelo teu comentário que o filme provavelmente não te agradou. Agora se o filme é parvo ou não, isso depende da perspectiva de cada um e dos argumentos que apresentam para suportar essa opinião :)
Adoreeeeei
ResponderEliminarSó tenho 2 coisas a dizer:
ResponderEliminar-excelentes comentários, como têm habituado os utilizadores a ler;
-"(...)este terceira capítulo(...)"? por favor Jota, não tarda tas a abra~çar a nova nomenclatura... (fim do segundo parágrafo xD)
beijinhos e continuem o bom trabalho
Olá turma cinéfila!
ResponderEliminarNão sou muito fã de Paranormal Activity. Para mim a fórmula já havia esgotado desde o primeiro filme. Se pans, faço esse filme caseiro em casa. LOL;)) Mas, é inegável o medo e os sustos de plantão! Consegue impressionar as platéias, mesmo com uma premissa repetitiva. Eu não gosto, mas a série já é franquia e faz sucesso- terceiro filme comprova isso.
No formato, eu gostei até do REC espanhol. Surpresa mesmo foi na época da "Bruxa de Blair" que proliferou a idéia de "cinema amador". Bom, é isso!
Abraços a galera do Depois do Cinema! Bons filmes.^^
@ Pipz: Pip :D! Que medo, right ? Obrigada pela tua visita!
ResponderEliminar@ Nuno Magalhães: Nuno, muito obrigada pelo teu comentário. E peço imensa desculpa pelo erro, agora já corrigido, mas eu como escrevo muito rápido e às vezes não noto :P
@ Rodrigo Mendes: Olá Rodrigo! A fórmula estava gasta sim, mas creio que com este terceiro conseguiu renascer, de certa forma.
O REC espanhol está fantástico, já não digo o mesmo da versão americana.
Um abraço!
Quem gosta dos anteriores vai gostar deste. Para quem achou os anteriores aborrecidos este não será melhor. A única coisa que me chateia nesta trilogia (até ver), são as longas sequências em que não se passa nada. Dá-me cabo dos nervos e não digo isto num bom sentido. :/
ResponderEliminarNotei exatamente isso, que o filme não tinha nada do trailer. Isso me agradou bastante, e o filme realmente cria situações de susto tensas. Mas a sequência final - os tão falados 15 minutos - foram os piores. Uma enxurrada de informações com base no lugar comum, me deixou desapontado. Valeu pelos sustos.
ResponderEliminarAbraços.
Obrigada pelos comentários :)
ResponderEliminar@ Film Puff: sim, concordo. Tem sempre uma parte "aborrecida"; contudo, creio que neste terceiro capítulo essa parte é menor.
@ Gabriel Neves: Gabriel, concordo exactamente com isso, a sequência final custa-me a digerir. Apesar de ser intenso, achei que foi forçado. Mas valeu mesmo pelos sustos.
SPOILER ALERT!
ResponderEliminarBem, após ter lido a crítica e os comentários acho que venho aqui dizer o contrário do que muitos aqui afirmaram.
Vi este filme ontem no cinema e apenas gostaria de começar por dizer, que a primeira metade do filme foi acompanhada de muito murmurinho, vindo de uma manada de adolescentes que devem querer transformar o conceito de cinema em esplanada, ou programa da manhã do Goucha. Felizmente houve queixas e vieram dar "feno" à manada, para esta se acalmar e a segunda parte já foi bem mais calma.
Este filme apenas conseguiu fazer-me sentir um ou outro calafrio num dos primeiros sustos (já nem me lembro qual), mas de resto não me assustou nem dei um pulo. Não sei se ando numa de "vidente" quanto a filmes de terror, mas estava sempre um passo à frente dos sustos/surpresas neste filme, ou seja, já sabia o que ia acontecer. Não quero dizer com isto que foi decepcionante, pois apesar disso conseguiu entreter-me neste campo.
Os aspectos mais negativos, na minha opinião, vão para a ligação que esta prequela deveria fazer com o PA e o PA2 e que em vez disso, os contradiz muito.
Em primeiro lugar no PA, Katie diz que ela era assombrada por uma figura ou espírito que ficava durante longos espaços de tempo durante a noite em frente à sua cama. Ora, isto só não acontece em PA3, como aliás Kristi é a que tem maior "ligação" com essa figura/espírito.
Em segundo lugar, no PA há uma altura em que Katie telefona à sua mãe, porque Micah encontra uma foto desta queimada no sótão, foto essa que não deveria existir porque a casa onde ela viveu na infância tinha ardido. Aqui, PA3, mais uma vez, contradiz o PA, pois em PA3 a mãe pareceu-me obviamente morta.
Em terceiro lugar, tanto no PA como no PA2 Katie e Kristi nunca afirmam terem qualquer tipo de ligação à figura/espírito, sem ser o facto de serem assombradas. Não há qualquer referência ao amigo imaginário de Kristi, de nome Toby (espírito/figura). Aliás, algo que é sublinhado nesses dois filmes é que eram atormentadas por esse espírito/figura e demonstram sempre medo e reserva quando se aborda o assunto. Algo que é completamente diferente no PA3, em que há uma óbvia amizade entre Kristi e Toby.
Em quarto, as bruxas e os símbolos. Nada disso é referido nos dois primeiros PA's e não se percebe como é que a Katie e a Kristi de PA e PA2 não se lembrariam de ver a mãe morta e o padrasto, pela avó bruxa. Poderá ter havido uma lavagem cerebral, mas isso fica por explicar/acontecer.
A questão que se me fica no final de ver PA3 é: Para quê tanto trabalho em "isolar" Katie e Kristi da sua mãe e do seu padrasto, para ficarem com as bruxas, para depois mais tarde estas serem mortas?! Quanto mais penso no sentido racional de algumas coisas que aconteceram nos 3 PA's mais estúpido acho o conjunto dos filmes e, assim, parece-me que teria sido melhor haver uma clara nota por parte dos realizadores/argumentistas deste filme, de que PA3 não estaria directamente ligado aos outros 2 PA's, acho que assim se apagariam muitas falhas de ligação, na minha opinião, estúpidas desta suposta prequela.