True Grit - Indomável (2010)
By Jota Queiroz - sexta-feira, fevereiro 18, 2011
"Punishment comes, one way or another."
Não sou fã de remakes, ponto final; contudo, não vi o True Grit de 1969, pelo que não poderei fazer muitas comparações. Os realizadores e irmãos Coen são uma dupla imparável e complementam-se um ao outro de forma perfeita. Não me vou incidir sobre a Academia nesta crítica, mas devo dizer que 10 nomeações é um exagero e que Hailee Steinfeld merecia estar nomeada para outra categoria; não se entende a Academia por vezes.
Fargo, The Man Who Wasn't There e No Country For Old Men são alguns títulos especiais desta dupla, e True Grit não é excepção: é mesmo algo de especial. O género Western teve um excelente regresso!
A premissa do filme é muito simples. Após o seu pai ter sido morto por Tom Chaney (Josh Brolin), Mattie Ross (Hailee Steinfeld) decide capturar o assassino. Para ajudá-la, ela contrata o melhor U.S. marshal que ela consegue encontrar, um homem com "true grit" (garra) : Reuben J. "Rooster" Cogburn (Jeff Bridges). Mattie Ross é determinada e a sua teimosia e insistência faz com que Cogburn acabe por concordar que ela o acompanhe na captura. Apesar do carácter de Cogburn, Mattie Ross não deixa de ter fé nele. O Ranger do Texas LaBoeuf (Matt Damon), que quer Chaney pelas suas razões, também os acompanha. Este trio imprevísivel encontra perigo e muitas surpresas nesta sua grande aventura.
Dou os meus sinceros parabéns aos realizadores. O True Grit de 2010 nem é considerado um remake do de 1969, mas sim uma poderosa re-criação. Não sou propriamente fã de Western, mas este filme consegue ser um Western excelente, sendo também o primeiro do género para os realizadores. Toda a história gira em torno da perspectiva da nossa sensível jovem heroína, Mattie Ross, e tem algumas referências e citações biblícas, que contrasta e dá resposta às acções violentas. É uma adaptação muito fiel ao livro de Charles Pontis, realizado com grande mestria. Os realizadores conseguiram transpor o argumento e delinear uma premissa que se desenrola muito bem ao longo do filme. A premissa é de facto bastante simples e não é muito complexa, havendo uma sensação de que “poderia haver algo mais”. Posso também afirmar que o filme é previsível. O filme tem substância, mas fica algo a desejar. A atmosfera de western é evidente, os cenários e o guarda-roupa estão absolutamente fantásticos! Os diálogos estão muito bem concebidos, não só o que é dito mas como é dito, e dão muita autenticidade ao filme.
As pessoas que viram a primeira adaptação de True Grit de 1969 receavam que Jeff Bridges não conseguisse igualar a interpratação do lendário John Wayne: enganaram-se. Jeff Bridges conseguiu ultrapassar a pressão e balançar muitíssimo bem o humor e seriedade, de uma forma que é muito agradável de se ver. O actor reinventa-se a cada personagem que interpreta. Neste filme vemos o seu regresso triunfante, absolutamente perfeito. Haillee Steinfeld foi espectacular, realmente surpreendente e muitíssimo credível. Não é por ter 14 anos que fiquei incrédula; nem que a rapariga já fosse adulta e experiente, eu diria exactamente o mesmo: teve uma interpretação muito forte, carregou o filme às costas com a sua teimosa e determinada personagem. Já Matt Damon ficou um bocadinho ofuscado com Bridges e Hailee, mas a sua personagem não exigia muito, portanto já se estava à espera. No entanto, não deixou de estar bem, interpretando a personagem de uma forma descontraída e divertida. Já Josh Brolin,o ponto negativo é mesmo o facto de ter sido curto, não consegui ver o suficiente dele.
Outros pontos fortíssimos do filme estão inseridos na fotografia e cinematografia. Roger Deakins fez um excelente trabalho, o filme parece que foi filmado mesmo na época, e parece mesmo um vintage Western.
A banda sonora tem os seus momentos altos e outros que não se destacam, mas realmente a mestria de Carter Burwell é evidente; a sonoridade intercalada com o diálogo dá uma sensação de veracidade ao filme.
True Grit é um filme que entretém bastante: é cativante, com um toque de suspense e muita comédia. Não é o melhor filme dos Coen, contudo é mais uma obra por parte dos realizadores. Os pontos negativos mais eminentes são o facto de que, no fim, deixar algo a desejar e ser demasiado simples, podendo ter mais acção. De uma maneira geral, é uma boa experiência cinematográfica e que realmente transporta o espectador à época. Fãs de Western, aqui têm um excelente e esperado regresso do género. Não desiludirá.
EXAME
Realização: 9/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 7/10
Duração/Conteúdo: 8/10
Banda Sonora: 7/10
Fotografia: 9/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 8/10
Média global: 8/10
Crítica feita por Joana Queiroz
Informação
Título em português: Indomável
Título original: True Grit
Ano: 2010
Realização: Joel Coen, Ethan Coen
Actores: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper
Trailer do filme:
Fargo, The Man Who Wasn't There e No Country For Old Men são alguns títulos especiais desta dupla, e True Grit não é excepção: é mesmo algo de especial. O género Western teve um excelente regresso!
A premissa do filme é muito simples. Após o seu pai ter sido morto por Tom Chaney (Josh Brolin), Mattie Ross (Hailee Steinfeld) decide capturar o assassino. Para ajudá-la, ela contrata o melhor U.S. marshal que ela consegue encontrar, um homem com "true grit" (garra) : Reuben J. "Rooster" Cogburn (Jeff Bridges). Mattie Ross é determinada e a sua teimosia e insistência faz com que Cogburn acabe por concordar que ela o acompanhe na captura. Apesar do carácter de Cogburn, Mattie Ross não deixa de ter fé nele. O Ranger do Texas LaBoeuf (Matt Damon), que quer Chaney pelas suas razões, também os acompanha. Este trio imprevísivel encontra perigo e muitas surpresas nesta sua grande aventura.
Dou os meus sinceros parabéns aos realizadores. O True Grit de 2010 nem é considerado um remake do de 1969, mas sim uma poderosa re-criação. Não sou propriamente fã de Western, mas este filme consegue ser um Western excelente, sendo também o primeiro do género para os realizadores. Toda a história gira em torno da perspectiva da nossa sensível jovem heroína, Mattie Ross, e tem algumas referências e citações biblícas, que contrasta e dá resposta às acções violentas. É uma adaptação muito fiel ao livro de Charles Pontis, realizado com grande mestria. Os realizadores conseguiram transpor o argumento e delinear uma premissa que se desenrola muito bem ao longo do filme. A premissa é de facto bastante simples e não é muito complexa, havendo uma sensação de que “poderia haver algo mais”. Posso também afirmar que o filme é previsível. O filme tem substância, mas fica algo a desejar. A atmosfera de western é evidente, os cenários e o guarda-roupa estão absolutamente fantásticos! Os diálogos estão muito bem concebidos, não só o que é dito mas como é dito, e dão muita autenticidade ao filme.
As pessoas que viram a primeira adaptação de True Grit de 1969 receavam que Jeff Bridges não conseguisse igualar a interpratação do lendário John Wayne: enganaram-se. Jeff Bridges conseguiu ultrapassar a pressão e balançar muitíssimo bem o humor e seriedade, de uma forma que é muito agradável de se ver. O actor reinventa-se a cada personagem que interpreta. Neste filme vemos o seu regresso triunfante, absolutamente perfeito. Haillee Steinfeld foi espectacular, realmente surpreendente e muitíssimo credível. Não é por ter 14 anos que fiquei incrédula; nem que a rapariga já fosse adulta e experiente, eu diria exactamente o mesmo: teve uma interpretação muito forte, carregou o filme às costas com a sua teimosa e determinada personagem. Já Matt Damon ficou um bocadinho ofuscado com Bridges e Hailee, mas a sua personagem não exigia muito, portanto já se estava à espera. No entanto, não deixou de estar bem, interpretando a personagem de uma forma descontraída e divertida. Já Josh Brolin,o ponto negativo é mesmo o facto de ter sido curto, não consegui ver o suficiente dele.
Outros pontos fortíssimos do filme estão inseridos na fotografia e cinematografia. Roger Deakins fez um excelente trabalho, o filme parece que foi filmado mesmo na época, e parece mesmo um vintage Western.
A banda sonora tem os seus momentos altos e outros que não se destacam, mas realmente a mestria de Carter Burwell é evidente; a sonoridade intercalada com o diálogo dá uma sensação de veracidade ao filme.
True Grit é um filme que entretém bastante: é cativante, com um toque de suspense e muita comédia. Não é o melhor filme dos Coen, contudo é mais uma obra por parte dos realizadores. Os pontos negativos mais eminentes são o facto de que, no fim, deixar algo a desejar e ser demasiado simples, podendo ter mais acção. De uma maneira geral, é uma boa experiência cinematográfica e que realmente transporta o espectador à época. Fãs de Western, aqui têm um excelente e esperado regresso do género. Não desiludirá.
EXAME
Realização: 9/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 7/10
Duração/Conteúdo: 8/10
Banda Sonora: 7/10
Fotografia: 9/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 8/10
Média global: 8/10
Crítica feita por Joana Queiroz
Informação
Título em português: Indomável
Título original: True Grit
Ano: 2010
Realização: Joel Coen, Ethan Coen
Actores: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper
Trailer do filme:
7 comentários
Não odiei o filme, mas não morro de amores por ele. Li o livro e gosto bastante da história. Sou bastante céptico quando sei que vão fazer remakes de clássicos, e sendo a Velha Raposa (True Grit 1969) o meu filme favorito e John Wayne um lendário senhor, sou suspeito.
ResponderEliminarA actriz Hailee Steinfeld é o único ponto positivo do filme, e acho que ela não devia ser nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária, mas sim Óscar de Melhor Actriz. Ah, e sim,também concordo com a excelente cinematografia, ainda bem que isso foi focado na crítica.
Se não viste o True Grit de 1969 aconselho a veres, é sempre um bom filme, e creio que melhor que este. Mas claro, as opiniões divergem e há quem ache exactamente o contrário... por exemplo, não acho que mereça 10 nomeações para os Óscares- a Academia é que devia ser condenada à forca, e não o Tom Chaney.
Mas gostei imenso da crítica, continua.
Cumprimentos
Muito obrigada pelo comentário, não hesites em partilhar a tua opinião connosco :)
ResponderEliminarSim, se realmente o True Grit de 1969 é o teu filme favorito és sempre suspeito, e não censuro. John Wayne é de facto um senhor, e houve imensa "pressão" para Jeff Bridges ao ter que interpretar a personagem, mas parece que ultrapassou isso e acho que tem uma performance incrível.
Verei o filme, obrigada pelo conselho =)
Em relação a Hailee Steinfeld, também partilho essa opinião, podia ter sido nomeada para o Óscar de Melhor Actriz (mas não o ganharia). As opiniões são sempre diferentes, mas é sempre bom respeitá-las e ouvi-las :).
Sim, a Academia às vezes tem umas ligeiras "acções" que ninguém percebe, enfim. Gostei do trocadilho =P
Em geral, concordo com a crítica. Excelentes personagens, como sempre, magníficos diálogos - o plot é que realmente deixa um pouco a desejar (sendo que os "diálogos" fazem parte do "argumento", falo então nestes termos). Grande trabalho de Deakins, mesmo.
ResponderEliminarUm filme muito divertido.
Quanto aos créditos, todos os filmes são escritos, produzidos e realizados pelo Joel e pelo Ethan. Acontece apenas que os dois acordaram em que apenas um deles seriam creditado pela realização (Joel) e apenas um pela produção (Ethan),
Este filme deve ser o próximo que vou ver ao cinema.
ResponderEliminarAbraço
Frank and Hall's Stuff
@ Diogo: Sim, sim, os "diálogos" realmente fazem parte do "argumento"; o plot deixa muito a desejar, e talvez a sua previsibilidade faça com que não seja tão bom quanto poderia ser. É de facto um filme muito divertido, dei umas boas gargalhadas em algumas situações.
ResponderEliminarQuanto aos créditos, eu não tinha bem a certeza, sabia que faziam isso em alguns filmes. De qualquer modo, obrigada =)
@ Bruno Cunha: Vê, é uma boa experiência cinematográfica =).
Excelente filme desde a história, aos actores,à cinematografia e à banda sonora (fiquei mais fã do Carter Burwell!). O Jeff Bridges é mesmo um camaleão da representação, eu adoro este senhor! A Hailee Steinfeld surpreendeu-me por ter 14 anos e revelar tão bom desempenho no seu primeiro filme (creio que antes só tinha entrado em episódios singulares de séries...). Realmente devia ser nomeada para Melhor Actriz, mas o historial da Academia mostra sempre o cepticismo desta em nomear para tal categoria actores muito jovens- a Anna Paquin é a actriz mais jovem de sempre a ganhar um Oscar (tinha 8 anos ou assim) e ganhou como Melhor Actriz Secundária pelo "Piano", quando é ela que também faz muito do filme... É melhor para a Hailee estar nomeada nesta categoria que assim ainda tem hipóteses de ganhar. Se fosse como Melhor Actriz não teria hipóteses (a Natalie Portman encosta qualquer um a um canto...). Bem, mas para primeiro filme e ter já nomeação da Academia é ESPECTACULAR! Mas é ao ver coisas destas que depois me pergunto como é que actores jovens tão ou mais surpreendentes como o Freddie Highmore (adoro este actor) nunca foram nomeados...
ResponderEliminarEm geral gostei do filme (não vi o original, mas vou começar a ver mais Westerns), mas acho que podia ter mais acção.
Ana Paquin tinha 11 anos quando recebu o óscar, e esse momento é mesmo espectacular, é mesmo adorável de se ver.
ResponderEliminarDe facto, Hailee Steinfeld é surpreendente, mas para Melhor Actriz não tinha hipótese nenhuma de ganhar, pois realmente Natalie Portman põe qualquer actriz a um canto.
Carter Burwell é um compositor fantástico, mas não é o meu favorito e não se destacou muito.