Óscares - Previsões
By Sarah - domingo, fevereiro 27, 2011
Criticamos, rotulamos, insultamos e até menosprezamos a Academia, mas a verdade é que não há melhor época nos cinemas do que a época dos Óscares e estes prémios serão sempre os galardões máximos do cinema mundial e estarão sempre na ordem do dia.
Penso que já há algum tempo que não tínhamos uma gala que oferecesse tantas dúvidas e tanta expectativa como esta. É verdade que no passado ano havia um interessante duelo entre “Sacanas Sem Lei”, “Avatar” e “Estado de Guerra” que se revelou um autêntico roubo de igreja ao filme de Tarantino, mas este ano, no seu conjunto, os filmes são bem mais interessantes.
Indo directamente ao assunto, é certo que temos 10 nomeados para Melhor Filme, mas na minha opinião, apenas 4 estão verdadeiramente a concorrer ao prémio e reduzindo esse prémio a esses 4, a partir daí torna-se tudo verdadeiramente imprevisível. Falo de “O Discurso do Rei”, “Cisne Negro”, “Indomável” e “A Rede Social”. Todos eles têm argumentos a favor, que se transformam em “contras” para todos os outros. “O Discurso do Rei” é um filme épico e maravilhoso, sem dúvida o melhor dos 4 que aqui seleccionei.
Mas numa Academia constituída por 4000 velhotes orgulhosamente americanos, duvido que deixem o Óscar escapar para uma produção britânica, sobre uma história britânica, com um ambiente do mais britânico que há e dum realizador britânico. “Indomável” surge como o oposto disto tudo. Além de ter saído das mentes de dois dos meninos bonitos da Academia, é uma adaptação de um Western com um lendário James Dean, que faz ainda inevitáveis referências a Clint Eastwood e tantos outros que todos juntos constituem a fórmula do “orgulho americano”, aliás, filme mais americano não poderia haver. Depois temos “Cisne Negro”, o “intruso” deste grupo mais restrito, um filme extremamente bem concebido, com uma interpretação histórica de Natalie Portman e uma realização espectacular de Darren Aronofsky. Ainda assim, a Academia é historicamente afectada por filmes demasiados complicados para a sua cabeça, com uma carga emocional excessiva e é por aqui que o filme vai acabar por perder a mais desejada estatueta. Quanto à “Rede Social”, é outro produto que emana imensa vaidade americana. Além de retratar na perfeição aquilo que foram as últimas gerações jovens de todo o mundo, invoca um produto americano que passou a controlar as vidas de toda a gente. Além disto, foi feito por David Fincher, outro grande nome do cinema Americano.
Resumindo, o que eu queria era que o Óscar fosse para “Discurso do Rei” ou “Cisne Negro”, mas o que eu espero é que o mesmo seja entregue a “A Rede Social” ou “Indomável”.
Passando rapidamente pelas outras categorias, o Melhor Actor é sem dúvida Colin Firth, mas ficará assombrado pelas brilhantes prestações de James Franco e de Jeff Bridges até que o prémio seja anunciado. No que toca à Melhor Actriz, Natalie Portman tem de levar o Óscar e aqui penso que não haverá grandes dúvidas.
O Melhor Actor Secundário só pode ser Christiane Bale, mas tal como Colin Firth, será também assombrado por Geofrey Rush e por Mark Ruffalo. No que toca à Actriz Secundária, o prémio será de certeza disputado apenas por Melissa Leo e por Haille Steinfield.
O Melhor Argumento destes Óscares é o de “A Origem”. Caso a Academia não queria premiar este filme, então irá para “Discurso do Rei”. O Argumento Adaptado é o de “127 Horas”, mas este Óscar vai ser entregue a “Indomável”, quase sem sombra de dúvidas. O Melhor Realizador, na minha opinião teria de ser “Darren Aronofsky”, mas estou mesmo a ver o Óscar a ir injustamente para os Irmãos Coen ou para David Fincher.
O Melhor Filme de Animação é o “Entrelaçados” (que nem sequer está nomeado), mas o Óscar vai para “Toy Story 3”, mais uma vez em nome do “orgulho americano”.
O Melhor Filme Estrangeiro é o dinamarquês “In a Better World”, mas Iñarritu vai assombrar este prémio com o seu “Biutiful”.
Nas categorias técnicas, conto com um justo predomínio de “A Origem”, mas “O Discurso do Rei” e “Indomável” poderão marcar alguns pontos nestas categorias. O principal confronto será pela estatueta de Melhor Fotografia, totalmente imprevisível na minha opinião.
Enfim, será certamente uma grande noite, com James Franco e Anne Hathaway a voltarem a devolver o verdadeiro espectáculo ao Kodak Theatre, que já deve ter saudades da excelente noite que Hugh Jackman proporcionou há dois anos atrás (sim, odeiei Alec Baldwin e Steve Martin). Amanhã veremos como me portei neste Totoloto da Academia.
por Pedro Gonçalves
3 comentários
O Discurso do Rei provavelmente deve ganhar o de Melhor Filme, mas na minha opinião Cisne Negro ofusca qualquer um. Infelizmente, não deve ganhar :(
ResponderEliminarEm relação a Melhor Actor, o ano passado tivemos um duelo semelhante entre Jeff Bridges e Colin Firth (com as brilhantes interpretações em Crazy Heart e Single Man, respectivamente), e Jeff Bridges levou a estatueta. Este ano, espero que seja ao contrário, que seja Colin Firth. Contudo, tenho pena que James Franco não ganhe, tem uma interpretação igualmente notável.
Melhor Actriz está garantido. Só espero é que não seja uma das surpresas desagradáveis da Academia.
Discordo em relação ao Melhor Argumento Adaptado, não deve ir para o Indomável... creio que deve ir para a Rede Social, a ver vamos.
Já vi que há aqui um grande amor pelo Cisne Negro (único que ainda não vi, porque já sei o que a casa gasta, não sei se me faço entender. Mas vou ver agora na viagem para Lisboa).
ResponderEliminarPara mim a grande dúvida é o True Grit (porque não houve nos Globos), mas espero que haja surpresas (menos no caso do Bale que tem de ganhar), não gosto quando as coisas são obvias (mas vão ser, como sempre).
Tenho pena do Nolan, já que ele merece muita coisa. Talvez um dia seja reconhecido. Fincher é um dos meus realizadores favoritos por isso é difícil não ser tendencioso. James Franco teve azar no ano, as que se batem com a Portman (pelo que já ouvi) não têm grande hipotese.
Bem, discordo de algumas coisas que disseste, mas boa sorte :D
O Discurso do Rei vai ganhar a estatueta de Melhor Filme pois é o que tem mais cara de Óscar embora seja, em grande parte, uma produção britânica.
ResponderEliminarAbraço
Frank and Hall's Stuff