The Walking Dead: 1ª temporada
By Sarah - domingo, novembro 18, 2012
The Walking Dead, adaptação televisa da banda desenhada criada por Robert Kirkman, é, indiscutivelmente, das melhores séries de televisão do momento. Se não é a melhor, é com certeza das mais mediáticas, especialmente a 3ª temporada, pois a antecipação que gera é indubitável, e semana a semana torna-se cada vez mais intrigante. Mas vamos retroceder dois aninhos, pois tudo tem um início e nada melhor do que, em tom de retrospectiva, salientar a qualidade da série nas suas raízes, perguntando: Será que é, de facto, uma série que merece todo o hype que tem?
ALERTA DE SPOILERS: Poderei dar alguns spoilers, mas tentarei restringi-los ao mínimo, uma vez que este artigo também tem como intenção dar a conhecer a série aos leitores que ainda não viram.
Na altura em que foi adaptado para a TV, é muito improvável que o canal AMC tivesse noção da dimensão que "The Walking Dead" teria, mesmo sendo Frank Darabont (realizador de Shawshank Redeption, e várias adaptações de obras do Stephen King) destacado como principal força criativa da série. No entanto, ganhou instantaneamente o estatuto de série de culto, e foi um fenómeno cultural inesperado. Geralmente não gosto de ser conclusiva, mas receio que, com base neste facto, terei que responder abruptamente à questão que coloquei acima: sim, merece inquestionavelmente todo o hype que tem, especialmente devido ao facto da 1ª temporada ser quase como uma espécie de concentração de elementos que todos os fãs de terror e de zombies gostam. O que não deixa de conferir um carácter de "novidade", pois são escassas as séries de terror, sendo assim uma verdadeira lufada de ar fresco. Para além disso, são somente 6 episódios, o que para mim tem o seu lado negativo (esperar pela segunda temporada foi deveras penoso na medida em que só 6 episódios sabe muito a pouco), mas também positivo, pois em cada episódio podem esperar muita acção, coadjuvados com momentos tensos e emotivos, abstraindo-se de cenas "para encher chouriços", diga-se.
Em "The Walking Dead" é retratada a história de um grupo de sobreviventes de uma praga que tem vindo a transformar toda a população da Terra em zombies, estes que se alimentam dos vivos. Esta história é contada da perspectiva do agente de polícia Rick Grimes (Andrew Lincoln), que após ter sido baleado, acorda do coma num hospital, num momento em que tudo já tinha sido consumido pela infecção, e o mundo que ele conhecia já não era mais o mesmo.
E é assim que começa o 1º episódio, intitulado "Days Gone Bye", em que acompanhamos Rick Grimes na sua consciencialização do verdadeiro fim do mundo e que o apocalypse está instaurado. É de destacar a cena em que ele encontra o primeiro zombie, é visceralmente chocante, e com certeza que é das cenas de mais impacto da 1ª temporada. Sendo certo que o piloto é sempre aquele que geralmente determina se uma série é boa ou não, às vezes acontece que nem sempre no 1º episódio ficamos inteiramente rendidos. Felizmente, Darabont não realizou um bom episódio, mas sim um óptimo começo de série, o que evidencia a mais valia desta 1ª temporada: a capacidade com que consegue a absorção total do espectador. E isto vale tanto para o 1º episódio, como para os outros cinco restantes, é uma qualidade que se conseguiu manter.
Sim, porque a série facilmente poderia cair no enfadonho a seguir unicamente Rick Grimes, sem qualquer profundidade ou possíveis elementos de conexão. Mas rapidamente somos deparados com a sua principal motivação, que é encontrar a sua família. Não haja dúvidas que Frank Darabont demonstra que, não só tem aptidão de tornar qualquer história absolutamente bizarra e sinistra, como consegue ainda introduzir elementos que fazem com que se torne possível ao espectador se interessar realmente pelas personagens e com o desenvolver da história, e é nesse ponto precisamente que a série ganha: é uma história sobre sobreviventes e sobre como o "fim do mundo" afecta essas pessoas. Os zombies são apenas o bónus, os impulsionadores da trama.
E por falar em zombies, não é muito depois que somos apresentados a legiões de ávidos "walkers", aterrorizantes que arranjam sempre maneira de aparecer do nada. Tenho que dar o devido mérito à excelente equipa responsável pela caracterização dos zombies. Sendo suspeita para falar, pela evidente "paixão" que nutro pelo Gregory Nicotero (um verdadeiro génio), é simplesmente de louvar os pormenores da caracterização, pois cada zombie individualmente considerado tem detalhes assombrosos e incrivelmente realistas. A nível visual, The Walking Dead igualmente se esmera, pois quase que tem um toque cinematográfico.
Nos episódios seguintes também nos são introduzidas novas personagens, um grupo de refugiados, em que de forma louvável ocorre a esperada reunião de Rick e da sua família. Na minha opinião a construção dos episódios está, de facto, bastante sólida e inteligente, pois mantém o nível gradualmente e a fim de cada um deixa o espectador satisfeito e entusiasmado pelo próximo. Porém, como não poderia deixar de ser, não é uma série isenta de falhas...
Apesar das imensas e diversas qualidades que a série apresenta, não é perfeita. É claro que cada episódio tem os seus pontos fortes, como já evidenciei, mas há sempre pormenores ou segmentos que privam a série de atingir a excelência. Sem querer enveredar por spoilers, mas certamente que quem viu vai perceber o que vou dizer, penso que os argumentistas em alguns episódios (e certamente em relação a algumas personagens), fizeram más escolhas. Mas é claro que não é esse ponto que vai deteriorar a qualidade da série.
6 episódios realmente sabem a pouco. Especialmente quando a série teve um final apocalíptico verdadeiramente magistral, o que gerou uma frustração geral de ter que esperar tanto tempo até ao início da 2ª temporada. Mas será que a 2ª temporada conseguiu manter o nível de qualidade da 1ª? Isso será discutido numa análise futura à subsequente temporada...
Uma nota final: para aqueles que nunca viram a série, creio que é bastante perceptível a minha recomendação; é uma série que vale mesmo a pena, pelas razões já acima apontadas. Gostei mesmo imenso da série, não obstante pequenas falhas ali e acolá. Recomendo vivamente, ainda por cima é bem fácil fazer uma maratona. Se são apreciadores do género, não podem mesmo perder.
Para os que viram, deixo a questão: é a melhor temporada de Walking Dead?
Trailer da 1ª temporada
por Sarah Queiroz
4 comentários
Análise brilhante, Sara! Consegues realmente retratar todos os sentimentos que esta série nos provoca.
ResponderEliminarQuanto à tua questão final, acho que até agora a 1ª temporada foi a melhor. Teve mais "actividade" em comparação com a 2ª (a 3ª, no entanto, parece que vai superar as expectativas...)
Aguardo ansiosa as restantes análises!
Bárbara Aniceto
Muito obrigada pelo comentário e feedback positivo, Bárbara!
ResponderEliminarBoa noite Sarah :) Gostei muito da sua análise a esta grande série. "The Walking Dead" é uma das minhas cinco séries favoritas e acho que é brutal. Respondo à sua pergunta final dizendo que todas as temporadas são muito boas, pois todas têm emoção e nos deixam colados ao ecrã. Cada temporada faz-nos apaixonar pela série de diferentes formas e recomendo esta série. Eu costumo dizer que se o mundo acabar mesmo a dia 21 de dezembro de 2012, que seja um fim do mundo à lá "The Walking Dead" pois já estarei treinado para ele. :)
ResponderEliminarEsta análise está muito bem conseguida, gosto especialmente do toque "tumblr" que agora está muito "in".
ResponderEliminarA primeira temporada é mesmo melhor do que a segunda, talvez diga isto por ser rapaz, não sei. A terceira ainda tem de acabar para dar a minha opinião geral. Gostei imenso desta vossa ideia do The Walking Dead. Vão fazer de mais séries?