The Others (2001)
"Sooner or later they'll find you."
"Os Outros" é um filme de 2001 protagonizado por Nicole Kidman, que é intrigante de início ao fim, e decerto não desiludirá os mais exigentes. The Others revela ser bastante surpreendente, sendo, na minha opinião, dos melhores filmes de suspense da década de 2000. O realizador Alejandro Amenábar demonstra uma grande competência na direcção, pois consegue envolver o espectador unicamente através do clima aterrador e pesado (a cinematografia do filme está qualquer coisa!), sem necessitar daqueles elementos de terror explícito, caracterizadores da maior parte dos filmes de terror dos últimos anos. Absolutamente desnecessários. Não é propriamente inovador, e é comparado ao Sexto Sentido, apesar de eu pessoalmente considerar que em pouco se assemelham, talvez apenas na imprevisibilidade do final é que poderão ter algo em comum. Digo mesmo que The Others foi uma lufada de ar fresco, e uma surpresa bastante agradável.
A história é simples, mas neste caso simplicidade é, sem dúvida, sinónimo de qualidade. O filme decorre durante a Segunda Guerra Mundial em que Grace (Nicole Kidman) e os seus dois filhos, mudam-se para uma casa esperando que o marido volte da guerra. As crianças sofrem de uma doença misteriosa, que os impedem de apanhar luz solar. Três novos empregados são contratados para substituir os anteriores, que desapareceram misteriosamente, e precisam aprender regras importantes: a casa tem de estar sempre escura, nunca se deve abrir uma porta antes de fechar a anterior, entre outras. Mas estas regras são quebradas, ao mesmo tempo em que eventos assustadores e sobrenaturais começam a acontecer. Alguns poderão considerar que é um filme de desenvolvimento lento. Poderei concordar, mas encaro como algo positivo, pois é da maneira que se assiste a uma construcção gradual da história em que ficamos a conhecer melhor as personagens, sem apressar nada. E o certo é que o final compensa!
Mesmo com um orçamento modestíssimo, a cinematografia do filme é brilhante e inovadora. Os ângulos da câmara, a fotografia, a iluminação, tudo no filme resulta e cria o ambiente envolvente de suspense perfeito. Tecnicamente e visualmente é um filme apelativo, e o mesmo se passa a nível sonoro. O filme é assustador e estes elementos contribuem para a inevitável sensação de tensão e perturbação. As pessoas gostam de se assustar com os filmes, e garanto que com este, apesar dos sustos não serem constantes e assentarem mais naquela fórmula de construcção de suspense, ao invés da fórmula do susto com o impacto sonoro, ainda se vão assustar! Está imensamente bem conseguido e é dos poucos filmes que conseguem arrepiar verdadeiramente.
A interpretação de Nicole Kidman e das duas crianças é soberba. Em primeiro lugar os três têm uma interacção fantástica, e é muito realista a forma como interpretam as personagens. Atrevo-me a dizer que é capaz de ser das melhores interpretações de Nicole Kidman, pelo menos a nível de credibilidade. Mas isto também é difícil de dizer, visto que Kidman já nos proporcionou excelentes interpretações e escolher só uma para ser a melhor é, de facto, complicado.
Em suma, é um excelente e arrepiante filme que deverão ver se ainda não o fizeram. Não se irão arrepender, é sublime! Recomendadíssimo.
EXAME
Realização: 9/10
Actores: 9/10
Argumento/Enredo: 8/10
Duração/Conteúdo: 7/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 7.5/10
Média global: 8.1/10
Crítica feita por Sara Queiroz
Informação
Título em português: Os Outros
Título original: The Others
Ano: 2001
Realização: Alejandro Amenábar
Actores: Nicole Kidman, Christopher Eccleston, Fionnula Flanagan
Trailer do filme:
7 comentários
Ótima análise! Gosto bastante de "Os Outros", a interpretação de Nicole Kidman está sensacional neste. O final é surpreendente assim como a temática que segura o espectador até o fim!
ResponderEliminarMuito bom!
[]s
É realmente difícil escolher uma interpretação de Nicole Kidman, mas esta está demais. Ela foi nomeada pela Academia com este filme?
ResponderEliminarÉ um filme surpreendente, adorei. Apesar de achar que é um pouco lento ao início, o filme é muito bom. Gostei do teu texto, e estou de acordo com todos os aspectos abordados.
Sarita, este filme é traumático para mim, e já te contei porquê =P. Mas concordo com a pontuação que deste, e o filme vale imenso pelo twist final que não é nada previsível.
ResponderEliminarSó para responder ao João, não, a Nicole Kidman não foi nomeada pela Academia por este filme, mas recebeu uma nomeação nos Globos de Ouro ;)
Mais uma vez tenho que discordar um pouco de você, Sarah. :D
ResponderEliminarAchei o filme extremamente previsível e desde o primeiro minuto já adivinhei exatamente o que estava acontecendo. Mas, sim, o clima de medo e suspense foi muito bem construído, nisso eu concordo.
Falando em filmes (mais ou menos) surpreendentes, eu estava vendo a lista do que você criticou e separei algumas sugestões de outros que você talvez não tenha visto:
* High Tension [Haute Tension] (2003)
* WAZ [The Killing Gene] (2007)
* The Loved Ones (2009)
* The Disappearance of Alice Creed (2009)
* The Horde [La Horde] (2009)
* Thirst (2009)
* Triangle (2009)
* The Last Exorcism (2010)
São apenas sugestões (até porque algumas vezes temos opiniões um pouco divergentes). Mas só para que você não tenha que assistir a um outro "Passengers", hahahaha!
Obrigada a todos pelos comentários!
ResponderEliminarAlexandres, é interessante que tenhamos opiniões tão divergentes! Muito obrigada pelas sugestões. Dessa lista já vi o La Horde, Thrist e The Last Exorcism. Gostei mais dos dois primeiros do que propriamente do último. Ai e espero nunca mais apanhar outro filme do género do Passengers...
Boa crítica, no entanto embora até tenha um twist jeitoso, a verdade é que se assemelha muito à temática do filme "Sexto Sentido". A Kidman está bem, é certo, mas o restante cast não surpreende muito.Bom filme, mas depende também do ponto ode vista.
ResponderEliminarhttp://cinemaschallenge.blogspot.com/
Boa análise, é realmente um filme brilhante, o jogo entre nós e os outros, implícitos neste filme é um desvincular do egocentrismo humano e a consciencialização que os outros somos nós. Quem aborda também e muito bem esta matéria é o Romero.
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