A Single Man (2009)
Ultimamente tenho andado a ver muitos dramas cinematográficos, e hoje, tive oportunidade de rever A Single Man. Tom Ford, mas que grande surpresa! Conhecia o nome vagamente, mas sabia que era um estilista de renome. Mas a sua estreia enquanto realizador é absolutamente arrebatadora, sendo a sua primeira longa-metragem, adaptada da obra literária de Christopher Isherwood, verdadeiramente fenomenal e dos melhores filmes de 2009.
George Falconer (Colin Firth) é um professor universitário, que se encontra absolutamente devastado, após a morte do seu companheiro dos últimos dezasseis anos, Jim (Matthew Goode). George mergulha numa depressão muito forte, e não consegue encontrar um sentido para a vida, o que o leva a considerar o suicídio. George é consolado pela sua grande amiga Charlotte (Julianne Moore), também ela a lutar com as suas próprias questões acerca do futuro. No entanto, George continua a debater-se com as mesmas questões, e enquanto isso, um jovem estudante de George, Kenny (Nicholas Hoult), tenta aproximar-se dele, o que poderá dar a George uma nova perspectiva. Basicamente o argumento desta adaptação cinematográfica retrata a forma como se lida com o desgosto emocional de se perder alguém que se gosta, e a suposta aceitação subsequente que, no nosso filme, não chega. Como lidar com isso? Até que ponto a mente humana é frágil para considerar o suicídio como solução? O filme versa mesmo sobre essa escolha, e seguimos a personagem no seu último dia. Considero acima de tudo, uma história de amor. Devo dizer que nunca chorei tão rápido num filme. Logo com a cena inicial comecei a ver meio para o desfocado. É substancialmente muito forte, e de uma elevada sensibilidade, pois oferece-nos inúmeros momentos de reflexão. Sem dúvida que é um filme de detalhes; Tom Ford procura explorar ao máximo os pormenores, de modo a possibilitar-nos uma ligação muito maior com os dramas das personagens. A mensagem do filme é muito clara, e o realizador em cada sequência demonstra-nos as consequências dessa verdadeira tragédia emocional. A vida caracteriza-se pela imprevisibilidade em que tudo pode mudar por uma simples eventualidade. Então o final do filme, muito surpreendente, retrata exactamente isso, após um desenvolvimento da história absolutamente sublime. Ainda por cima é um filme envolto numa belíssima fotografia, chega a ser absurda a magnífica imagem com que nos deparamos, é uma pérola. Fantástica fotografia por Eduardo Grau, elegante e distintiva. Adoro a dicotomia entre o passado e presente, preto e branco e colorido respectivamente. É um dos pequenos pormenores que comprovam o nível de espectacularidade desta película.
Claro que quanto às interpretações muito há a dizer, mas as minhas palavras não irão, com certeza, fazer jus às performances. O elenco é o verdadeiro ponto forte deste filme. Colin Firth apresenta-se, como sempre, sublime e visceral. Deparamos-nos com uma interpretação digna de uma standing ovation, pois as emoções que transmite ao longo do filme são imensamente credíveis e é impossível não sentirmos uma ligação. Julianne Moore complementa o filme excelentemente, oferecendo-nos das melhores performances da sua carreira. Aqui vemos Moore absolutamente genuína.
Em suma, A Single Man é um filme de elevada carga dramática, belo e perfeito a todos os níveis, que sem dúvida se impõe quando comparado aos demais, pois não só se destaca no lado visual, mas também no seu conteúdo narrativo.
EXAME
Realização: 8/10
Actores: 9/10
Argumento/Enredo: 9/10
Duração/Conteúdo: 8/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 8/10
Média global: 8.3/10
Crítica feita por Sara Queiroz
Informação
Título em português: Um Homem Singular
Título original: A Single Man
Ano: 2009
Realização: Tom Ford
Actores: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode
Trailer do filme:
7 comentários
Como você bem disse: um filme arrebatador. Simplesmente adoro este filme, tão simples e singelo!
ResponderEliminarEu amei esse filme, acho uma obra-prima! Estética perfeita, roteiro na medida certa, direção precisa e grandes interpretações. Colin Firth merecia o Oscar por esse também.
ResponderEliminarhttp://cinelupinha.blogspot.com/
É belo e perfeito realmente, a todos os níveis. E está envolto numa magnífica fotografia, o que prende ainda mais. Fantástico, e sem duvida que concordo contigo Rafael. O Óscar era mais que merecedor. Não sei até que ponto Firth merecia mais neste do que em King's Speech.
ResponderEliminarObrigada pelos comentários :)
belo filme!
ResponderEliminarhttp://filme-do-dia.blogspot.com/
A Single Man é soberbo. A realização é 10 assim como o argumento e os actores. A meu ver, uma das melhores obras do seu ano da qual eu guardo um profundo carinho e paixão. Que pérola cinematográfica!
ResponderEliminarAbraço
Frank and Hall's Stuff
Não conhecia o filme, mas li tanto sobre ele que tive de o comprar, é um filme excelente, que nos toca profundamente o coração.
ResponderEliminarA ver sem duvidas.
Achei por demais decepcionante. Não é péssimo, mas me frustrou bastante ao notar que a questão emocional não é amparada pelo roteiro, mas simplesmente pela atuação do firth. Mas como sabem, um único pilar não sustenta todo o alicerce.
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