Dawn of The Dead (1978)
"When there's no room in hell, the dead will walk the earth!"
O filme em análise é a segunda parte da triologia de culto de George A. Romero, muito por mim aprecidada, como já deve ser sabido pelos leitores mais atentos.
"Dawn of the Dead" afirma-se como um título obrigatório para fãs de filmes de terror e de zombies. Sem dúvida alguma que George Romero foi o pioneiro do género, e chocou meio mundo com a sua obra em 1968. 10 anos mais tarde voltou a fazer do mesmo, com uma sequela ainda mais deliciosa! Claro está que são filmes indiscutivelmente clássicos, que hoje são adorados precisamente por esse estatuto, pois os efeitos/fotografia do filme hoje em dia estão evidentemente mais que ultrapassados. Mas nem mesmo isso impede que "Dawn of the Dead" proporcione momentos absolutamente intensos, na medida em que até é bastante gráfico (desde entranhas a serem rasgadas, cabeças a explodir... o filme tem de tudo. Decerto que na altura em que saiu foi um verdadeiro choque.). Mais importante que isso, este filme demonstra que apesar de ter muito gore, não tem necessariamente que ser estúpido ou não ter um enredo de jeito. "Dawn of the Dead" junta o útil ao agradável, dando-nos muito dos dois. Não que o filme seja de apanhar sustos. George A. Romero opta mais por cenas visivelmente perturbadoras e tensas (por vezes até demais!) e não tanto pela criação gradual de uma atmosfera assustadora.
O argumento é eficazmente simples e familiar: O mundo está a ser invadido por um inexplicável surto onde os mortos voltam à vida e todos têm que lutar pela sua sobrevivência. O filme segue a história de 4 personagens que se escondem num shopping abandonado, na esperança de conseguirem escapar. Claro está que, e não fosse isto um filme de Romero, não esperam muito tempo ficarem acompanhados por muitos zombies. O facto de ser um argumento simples contribui para uma maior atenção às personagens, que rapidamente nos vemos a adorar. São bastante facéis de nos identificarmos (bastante distintas umas das outras) e os actores fizeram um óptimo trabalho. Um grave problema, e único, a apontar em relação ao filme é mesmo a duração. Excessivamente grande. Demais mesmo.
Mais uma vez Romero utiliza os seus filmes para elaborar críticas sociais, e em "Dawn of The Dead" o alvo da crítica passou a ser o comportamento consumista e preconceituoso do cidadão americano, característico dos anos 70. É visível em muitas cenas isso, e o filme mostra-nos o que pessoas de uma sociedade consumista fariam numa situação daquelas. Na minha opinião, Romero atribui muito realismo na sequência de cenas que apresenta, mesmo sendo um filme sobre zombies. Acho que a intenção de Romero é mesmo satirizar a pessoa humana através do zombie, como se o último fosse a verdadeira representação da pessoa humana. As críticas sociais estão bastante presentes em todos os filmes de Romero e muito bem retratadas. Essa é uma das razões que me faz adorar os filmes dele; são filmes inteligentes.
Em 2004, foi feito o remake, que surpreendentemente agradou a muita gente. Eu pessoalmente também gostei imenso, Zack Snyder conseguiu sem sombra de dúvidas fazer um excelente trabalho.
No entanto, aconselho vivamente a quem não tenha visto o original, que o faça, porque é indispensável para aqueles que se afirmam fanáticos de terror.
Porque este é, de facto, um tesouro do terror zombie.
EXAME
Realização: 9/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 8/10
Duração/Conteúdo: 6/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 8/10
Média Global: 7.8/10
Crítica feita por Sara Queiroz
Informação
Título em português: O Despertar dos Mortos
Título Original: Dawn of The Dead
Ano: 1978
Realização: George A.Romero
Actores: David Emge, Ken Foree, Scott H. Reiniger, Gaylen Ross
Trailer do filme:
1 comentários
Romero rules!
ResponderEliminarAss. Kes