Beneath The Planet of the Apes (1970)
By Rodrigo Mourão - sexta-feira, abril 05, 2013
Mas porque é que este filme tem 6.1 no IMDB?
2 anos após o sucesso de "Planet of the Apes", a 20th Century Fox decidiu lançar uma sequela que, em princípio, terminaria a história e o «final aberto» deixados pelo primeiro filme. Ao que parece, esta sequência não foi tão bem recebida como o seu predecessor e , do que tive oportunidade de ver, esta é a sequela (dentro das quatro desta quintologia) que as pessoas menos gostam- ou é esta ou é "Battle for the Planet of the Apes" (que encerrou a saga), vá... Terá o filme assim tantas falhas? É pior que o antecessor? É um filme interessante à mesma? Vamos então ver.
Nesta continuação Brent (James Franciscus), o único sobrevivente de uma missão de resgate interplanetária, procura Taylor (Charlton Heston), o único sobrevivente da expedição anterior, e descobre um planeta governado por macacos e uma cidade subterrânea gerida por humanos com poderes telequinéticos.
Sei o que estão a pensar... "Então mas isso não é a mesma história do primeiro filme, com a diferença de que mudaram o gajo e agora há humanos como poderes telequinéticos e tal?". Sim... e não... Para começar, o filme não nega nada do que o seu anterior estabeleceu, começando até com uma repetição dos últimos minutos do primeiro filme, incluíndo o portentoso final (deviam querer mesmo render o peixe daquele shot, pelos vistos...). Depois disso, o filme segue a história de Taylor e Nova nos momentos imediatamente a seguir, que culminam com o primeiro a passar uma espécie de «portal» e «desaparecer». O que lhe aconteceu? No idea... Depois disso, o filme introduz-nos este membro de uma nova missão interplanetária que procura Taylor. Brent encontra Nova e , a partir daí, temos uma repetição dos eventos do filme anterior, mas a uma velocidade muitíssimo superior. Só que lá está, essa repetição de eventos apenas ocupa a 1ª metade do filme. A 2ª metade é totalmente distinta do do anterior. Ficamos a descobrir mais sobre a "zona proibida", o que aconteceu a Taylor, o que é que aconteceu a (alguns) humanos depois da revolta dos macacos, etc. E digo-vos que a 2ª parte faz valer todo o filme. Sabem porquê? Porque a história não se contém. Temos, numa palavra, escalação: camadas e camadas e camadas das coisas mais espectaculares e inacreditáveis a acontecerem. Desculpem lá, mas não posso precisar mais, sob pena de estragar o visionamento para os que ainda não viram... Mas deixo aqui uma nota: humanos com poderes mentais? Fuck yeah! O final deste filme é, numa palavra: WOW! Digo-vos, é um final totalmente (in)previsível, ousado e não subtil. Só consigo pensar que hoje em dia a poucos filmes de estúdio seria permitido ter uma conclusão assim. Depois disto vocês até se vão perguntar como é que é possível ainda haver mais três filmes para ver... Sim, é esse o poder do final. Para além disso, é o desfecho que traz uma análise extremamente visual sobre todos os temas que o filme esteve a tratar no primeiro filme e , principalmente, sobre os temas que melhor desenvolveu nesta sequela. É que a nível de conteúdo filosófico, este nível é bem mais substâncial e abrangente do que a premissa (óptima, diga-se já!) introduzida pelo filme original de: os humanos agora estão a aprender a lição às mãos dos macacos, mas não estarão estes últimos a cometer alguns dos erros dos humanos também?
Quanto aos actores, Kim Hunter volta no papel de Zira e Maurice Evans regressa como Dr. Zaius. Não têm tanto tempo de ecrã e importância como no filme anterior, mas continuam a ser personagens muito interessantes, interpretadas por óptimos actores, o que só beneficia o filme. Aliás, digo-vos que o chimpazé mais expressivo de todos os filmes não é nenhum dos dois interpretados por Roddy McDowall (esse vem em segundo lugar), mas sim a Zira de Kim Hunter. As expressões faciais e a voz são totalmente priceless (isto chega a um apogeu no terceiro filme, principalmente). Infelizmente, Beneath também marca o primeiro filme (e único, graças a Deus...) sem Roddy McDowall (excepto na cena inicial, que são as imagens de arquivo do 1º filme, como já vimos). Desta vez a personagem de Cornelius foi encarnada por David Watson que só serviu para mostrar ao mundo a falta que McDowall faz à personagem, provando que não basta meter uma máscara de macaco num actor para este poder fazer qualquer papel- falta a voz de McDowall, os jeitos de McDowall a imitar uma macaco (David Watson tem uma cena em que Cornelius "corre", que é tão cómica de tão estúpida que é, pois parece mais um "atrasado mental" a mover-se do que um chimpazé...). Como novo protagonista temos James Franciscus a interpretar Brent, também apelidado de alguns como a "cópia de Charlton Heston". É verdade que os dois são fisicamente parecidos (e psicologicamente também, pronto...), mas Franciscus é MUITO melhor actor que Heston o que, graças a Deus, torna a personagem mais "agradável" e o filme menos "doloroso" (até porque não o é). James Gregory também representa Ursus, um general gorila que se alia a Dr. Zaius para acabar com os humanos. Não é uma personagem com uma relevância e originalidade por aí além, mas é bem interpretada e não é mal escrita... Para culminar, Heston regressa como Taylor mas , graças a Deus, tem desta vez menos tempo de ecrã para estragar o filme. Digo até que participa numa das melhores cenas do filme, mas que também vale pela contribuição de Franciscus.
Bem sei que poderão estar a achar esta resenha algo abstracta, mas só vos posso dizer que é um papel ingrato ter que rever este filme sem tentar revelar nada que possa estragar a história... Mas concluo com os seguintes avisos à navegação: a história não é tão reciclada como à primeira vista pode parecer (eu até diria que ultrapassa a do primeiro filme, mas também beneficia de poder ir buscar coisas a este...); os actores estão (e são) muito melhores; a música é mais sólida; a realização é menos irritante ( o novo realizador Ted Post também gosta de fazer zooms, mas não de maneira tão desenquadrada como Schaffner) e; o final é ainda mais espectacular.
Resumindo: para quem gostou do primeiro, este é mesmo um visionamento obrigatório. Tem um CGI um pouco manhoso aqui ou ali (mas, positivamente, tem sets mais ousados que os do filme anterior), mas tentem reflectir sobre o filme e verão que não é tão mau como à primeira vista podem pensar... Aliás, diria que é mesmo o oposto. Espero que agora, mais pessoas estejam preparadas para o perceber do que em 1970...
EXAME
Realização: 7/10
Actores: 7.5/10
Argumento/Enredo: 8.5/10
Banda sonora: 7/10
Duração/Conteúdo: 8/10
Efeitos/Fotografia: 6/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 8.5/10
Média global: 7.5/10
Crítica feita por Rodrigo Mourão
Informação
Título original: Beneath The Planet of the Apes
Título português: O Segredo Do Planeta dos Macacos
Ano: 1970
Realização: Ted Post
Argumento: Pierre Boulle (personagens e mundo), Mort Abrahams (história) e Paul Dehn (história e guião)
Actores: James Franciscus, Charlton Heston, Kim Hunter, Maurice Evans, James Gregory e David Watson
Trailer do filme:
Bem sei que poderão estar a achar esta resenha algo abstracta, mas só vos posso dizer que é um papel ingrato ter que rever este filme sem tentar revelar nada que possa estragar a história... Mas concluo com os seguintes avisos à navegação: a história não é tão reciclada como à primeira vista pode parecer (eu até diria que ultrapassa a do primeiro filme, mas também beneficia de poder ir buscar coisas a este...); os actores estão (e são) muito melhores; a música é mais sólida; a realização é menos irritante ( o novo realizador Ted Post também gosta de fazer zooms, mas não de maneira tão desenquadrada como Schaffner) e; o final é ainda mais espectacular.
Resumindo: para quem gostou do primeiro, este é mesmo um visionamento obrigatório. Tem um CGI um pouco manhoso aqui ou ali (mas, positivamente, tem sets mais ousados que os do filme anterior), mas tentem reflectir sobre o filme e verão que não é tão mau como à primeira vista podem pensar... Aliás, diria que é mesmo o oposto. Espero que agora, mais pessoas estejam preparadas para o perceber do que em 1970...
EXAME
Realização: 7/10
Actores: 7.5/10
Argumento/Enredo: 8.5/10
Banda sonora: 7/10
Duração/Conteúdo: 8/10
Efeitos/Fotografia: 6/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 8.5/10
Média global: 7.5/10
Crítica feita por Rodrigo Mourão
Informação
Título original: Beneath The Planet of the Apes
Título português: O Segredo Do Planeta dos Macacos
Ano: 1970
Realização: Ted Post
Argumento: Pierre Boulle (personagens e mundo), Mort Abrahams (história) e Paul Dehn (história e guião)
Actores: James Franciscus, Charlton Heston, Kim Hunter, Maurice Evans, James Gregory e David Watson
Trailer do filme:
1 comentários
Olá Rodrigo,
ResponderEliminarSou leitor do Depois do Cinema e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que vocês também passassem a publicar seus textos no Cinema Total - assim vocês também atingem o público que acessa o Cinema Total e não conhece o Depois do Cinema.
Se vocês gostarem do site, também peço que coloquem um link para ele no Depois do Cinema.
Se você quiser, me mande um email quando criar sua conta que eu verifico se está tudo ok.
Um abraço,
Marcos
www.cinematotal.com
marcos@cinematotal.com