The Girl with the Dragon Tattoo (2011)
By Jota Queiroz - quarta-feira, fevereiro 22, 2012
A versão americana de algo mais espantosa de sempre.
Existem sempre personagens que nos fascinam, seja em livros ou em filmes. Se no masculino personagens como Darth Vader, Joker, Jack Torrance, Hannibal Lecter ou Neo dão-me a volta à cabeça, no feminino Ellen Ripley, Shoshanna Dreyfus, Hermione Granger, Nina Sayers e Leia Organa têm o efeito a dobrar. Assim, a personagem de Lisbeth Salander não é excepção. É a anti-heroína, escondida de uma sociedade que não a aceita. Esta personagem é brilhantemente interpretada na versão sueca, como também nesta nova versão de Fincher. A incursão ao mundo do crime por este realizador não constitui surpresa, dado que o realizador tem um carinho por esse género; vejamos então “Seven” ou “Zodiac”. O cineasta norte-americano baseou-se no best seller de Stieg Larsson para fazer o seu filme, dizendo mesmo que não se trata de um remake mas sim uma versão alternativa aos escritos de Larsson. Para quem tinha visto os filmes suecos, era natural uma ligeira desconfiança aquando o announcement da versão americana. É compreensível, devido ao historial de versões americanas absolutamente desprezíveis. Contudo, quando li que seria David Fincher à frente do projecto fiquei mais aliviada. Agora verifico que o meu alívio não foi totalmente em vão: “The Girl With The Dragon Tattoo” de David Fincher é competente, oferecendo-nos uma viagem alucinante repleta de interessantes investigações e personagens. Aliás, o que torna este filme tão magnífico é mesmo a visão de Fincher. O realizador filma de modo vivido e visceral o que Larsson tão cruamente escreveu. Fincher tem um dom nato de prender a atenção do espectador por inteiro, e durante as quase três horas que passam a voar.
Todavia, um pequeno sentimento de "desilusão" surgiu. Estava à espera de algo ainda mais visceral e chocante; sim, existem cenas perturbadoras que poderão chocar principalmente o público feminino, mas confesso que pensava que seria ainda mais intenso, até mesmo por ser Fincher a realizá-lo. Desta maneira, trata-se de um thriller negro perfeitamente normal, com alguns minutos perturbadores (que aí sim, divergem do protótipo de filme convencional), e não o filme mais perturbador da década como prometido. Outro aspecto mais negativo desta obra é o argumento por vezes demasiado enrolado.
Abordando de novo os aspectos positivos, devo referir que a sequência de créditos iniciais é absolutamente fabulosa. Injecta uma dose de adrenalina para o filme inteiro!
Relativamente a performances, é imperativo afirmar que a interpretação de Rooney Mara é brilhante, e não é pela surpreendente transformação física a que foi submetida. Ela personifica intensamente o furacão que Lisbeth Salander é, ofuscando um tímido Daniel Craig, que não deixa de assumir habilmente o encantador Mikael Blomkvist, e um forte e credível Stellan Skarsgard. Afirmo sem qualquer dúvida que talvez sem a interpretação de Rooney Mara o filme não seria o fenómeno que é.
Em síntese, The Girl with the Dragon Tattoo tem os seus pontos fortes na intensa banda-sonora da dupla Trent Reznor/Atticus Ross, que nos envolve numa sufocante atmosfera de mistério e dor, e na interpretação de Rooney Mara. Mal posso esperar para os próximos dois filmes. É um filme sólido e magnífico, mas não posso deixar de aconselhar aos mais interessados para verem a versão sueca.
Como disse anteriormente, David Fincher injecta-nos com uma dose de adrenalina logo ao início, com a sequência inicial. Feel free to watch it here.
EXAME
Realização: 8/10
Actores: 9/10
Argumento/Enredo: 8/10
Duração/Conteúdo: 8/10
Banda sonora: 9/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 8/10
Média Global: 8.3/10
Crítica feita por Joana Queiroz
Informação
Título em português: Millenium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
Título Original: The Girl With the Dragon Tattoo
Ano: 2011
Realização: David Fincher
Actores: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer
Trailer:
2 comentários
Acho a actriz Rooney Mara muito "sem alma", mas neste filme conseguiu surpreender-me, apesar de um sotaque muito forçado.
ResponderEliminarConcordo com a tua desilusão quando referes que pensavas que ia ser um filme mais intenso, mas não deixa de ser um filme pouco convencional.
Parabéns pela análise.
Cumprimentos
What can I say? Gostei mais da versão sueca....
ResponderEliminar