Depois do Cinema

Before I Wake (2016)

By Sarah - domingo, agosto 14, 2016

Fear your dreams.


Mike Flanagan está a caminhar a passos largos para se tornar dos meus realizadores preferidos do género (relax James Wan, you're still my favourite). O cineasta trouxe-nos filmes como "Absentia" (2011), "Oculus" (2013) e "Hush" (2016), que são formidáveis pela sua simplicidade e eficiência. Por esse motivo, mal podia esperar por "Before I Wake", uma vez que Flanagan possui um profundo grau de entendimento relativamente ao que resulta e ao que não resulta na indústria do terror. E essa é uma qualidade que falta a bastantes realizadores, porque para além da visão, é necessária uma boa execução. Mas será que a minha expectativa saiu furada? A ideia de "sonhos" pode abrir portas para algo muito assustador, e é por isso que considero este conceito dos mais interessantes em filmes de terror, pelas infinitas possibilidades que se pode enveredar, e por ser fascinante o desconhecido que disso mesmo decorre. A premissa do filme é simples: Jessie (Kate Bosworth) e Mark (Thomas Jane) decidem adoptar uma criança chamada Cody (Jacob Trembley) após a morte do seu filho Sean. Quando Cody demonstra uma especial aversão a dormir, o casal rapidamente descobre o porquê: a criança possuiu um dom incrível de os seus sonhos manifestarem-se para a realidade enquanto ele dorme. Apesar de ao início parecer incrível, o problema surge quando também os seus pesadelos emergem para a realidade, que revelam ser mortais...

   Não quero adiantar muitos detalhes sobre a história para não estragar o visionamento, mas posso dizer que é uma verdadeira "fábula de terror", onde mais facilmente somos abalados por uma via emocional do que uma via sombria. Aliás, devo mesmo salientar este facto: a película mistura elementos de suspense, fantasia, drama e terror, apesar de ter sido este último elemento o ponto central da sua promoção (não sendo o mais predominante). Mas isso não significa que o filme não tenha os seus momentos sinistros, porque tem, e quando os tem, não desilude. Só não esperem ficar 100% amedrontados, porque o propósito não é esse. Muitos poderão ficar desiludidos se acharem que vão ver um filme de terror intenso, aliás, quem vir com essa mentalidade poderá achá-lo aborrecido. Tal como a temática do filme sugere, Mike Flanagan abriu asas à sua imaginação. Mas fiquei com a sensação de que poderia ter aberto ainda mais, e que o terror poderia ter sido mais explorado (pelo simples facto de envolver sonhos/pesadelos), só que é de admirar a realização de Flanagan e a sua habilidade em pegar numa história interessante e atribuí-la várias camadas e nuances que nos põe a pensar. Num momento podemos estar com os nervos à flor da pele, como rapidamente podemos ficar comovidos. 



   O aspecto psicológico do filme está sempre presente e é impossível não ficarmos a torcer pelas personagens e ficarmos curiosos pelo final do filme, uma vez que tem um desenvolvimento bastante interessante. A dinâmica das três personagens está muito bem construída e é interessante ver como o filme se desenrola. No entanto, o terceiro acto pode parecer ligeiramente confuso ou apressado (até temi que fosse deitar tudo por terra), mas garanto-vos que depois o final compensa, e preparem-se para ficar emocionalmente absorvidos. A maneira como as coisas se encaixam é surpreendente. É uma história verdadeiramente bonita que também ganha pontos pela forte concepção visual e fotografia. E é claro, com os típicos jump-scares que não fazem mal a ninguém.

   Claro está que o filme também muito deve ao fantástico talento do elenco. Kate Bosworth surpreendeu-me muito pela positiva. Depois do insucesso de "Super-Homem: O Regresso" (2006), nunca pensei conseguir encará-la da mesma maneira, mas aqui apresenta-se num registo completamente diferente. Mas a verdadeira estrela é Jacob Trembley. Para além de ser the cutest kid ever, demonstra mais uma vez que só poderá ter uma carreira de sucesso pela frente (o actor foi excepcional em "Room").


   O ponto mais negativo do filme são os efeitos especiais (alguns)... Fiquei francamente desiludida com este aspecto, pois pareceu que o budget acabou e tiveram que fazer qualquer coisa para desenrascar. Se os efeitos especiais fossem melhores, o filme conseguia tornar-se muito mais assustador, e acaba por pecar fatalmente neste departamento, o que é mesmo uma pena.

   Em termos comparativos, "Before I Wake" é capaz de ser o filme "menos bom" de Flanagan, mas ainda assim é uma produção bastante sólida que eu não poderia deixar de recomendar, especialmente para quem gosta de terror envolvido com nuances dramáticas e psicológicas. É um filme que, acima de tudo, transmite uma forte mensagem. Como já tive oportunidade de referir, este realizador tem uma abordagem única às temáticas que retrata, pelo que, qualquer filme assinado por ele, vale a pena ser visto. Mal posso esperar pelo seu próximo título!


EXAME

Realização: 8/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 7/10
Duração/Conteúdo: 6/10
Efeitos/Fotografia: 5/10
Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 7.5/10

Média global: 6.9/10

Crítica feita por Sarah Queiroz

Informação

Título original: Before I Wake
Título português: 
Ano: 2016
Realização: Mike Flanagan
Actores:  Kate Bosworth, Thomas Jane, Jacob Trembley

Trailer do filme:


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TOP 10 Melhores: Filmes de Terror de 2015

By Sarah - segunda-feira, janeiro 04, 2016



2015 tinha tudo para ser um excelente ano para o Terror e eu estava bastante expectante para vários títulos que iam sair. Decerto que me desiludi com muitos (vai demorar um bocado até ultrapassar a desilusão que foi "The Gallows"), mas há muitos outros que superaram a minha expectativa. O que me surpreendeu mais em 2015 foi a variedade de elementos e miscelânea de subgéneros nos filmes de terror, o que é sempre positivo. É por isso que vão encontrar alguns filmes desta lista que não são sinónimo de terror puro: este ano foi um grande ano de horror comedy, e por ter elementos de terror é que alguns estão na lista. Não se surpreendam com a sua inserção, pois merecem mesmo o destaque!
Nunca é demais referir que esta lista é subjectiva, pelo que muitos poderão não concordar.
Partilhem connosco a vossa opinião!



10. Unfriended (2015)


   Quando saiu o trailer deste filme fiquei logo de pulga atrás da orelha: parecia-me original, o que deixou-me desde logo animada, mas estava com receio que acabasse por ser daqueles que não sabem aproveitar o seu potencial. "Unfriended" desenrola-se numa chamada Skype entre cinco amigos, que se torna bastante sinistra quando começam a reparar na presença de uma sexta pessoa. É um filme com um formato arrojado, mas que gera um ambiente de grande tensão, para além de ser bastante inovador no que toca ao género "found-footage". A simplicidade na narrativa é um bónus, e é impossível ficar indiferente à temática do cyberbullying. Das principais críticas feitas ao filme é que não é particularmente bem sucedido em criar um clima assustador.. Eu não poderia discordar mais; aliás, a construção do terror está tão boa que me fez olhar com outros olhos a chamada por Skype.





9. The Gift (2015)












 Mais uma grande surpresa nesta lista. "The Gift" é um filme que aparentemente parece banal. Não dava nada por ele, e nem sequer tinha visto o trailer. O poster estava francamente mau (vocês não adoram aqueles posters mauzinhos..?) e não imaginava um filme de terror protagonizado por Jason Bateman e Rebecca Hall. Até ao dia que decidi dar uma oportunidade ao filme. E digo-vos, foi das melhores decisões que tomei. Gosto bastante de filmes que se focam no lado "humano" do terror, isto é, aqueles que amedontram sem recorrer a fenómenos sobrenaturais ou criaturas, pois dá aquele elemento realista e credível ao filme. É essencialmente suspense e jogos psicológicos de início ao fim, e fiquei bastante surpreendida com Bateman, que está nitidamente fora do seu registo habitual.



8. The Visit (2015)











   Sou fã de M. Night Shyamalan. Por mais desilusões que ele me tenha dado ("The Happening" é dos piores filmes da história), estive sempre à espera do filme em que ele se redimisse. E nada melhor do que fazê-lo ao voltar às suas raízes. Este filme fez torcer o nariz a muita gente por estar associado ao realizador mas devo dizer que adorei o "Hansel and Gretel vibe", o comic-relief e, como é claro, os elementos de terror estão muito fortes, ao contrário do que poderia pensar. M. Night Shyamalan é conhecido pelos seus "twist endings" e esta película não desilude nesse aspecto... Aliás, consegue mesmo ser aterrador.


7. The Hallow (2015)


   Da lista inteira foi o filme mais recente que vi. "The Hallow" foi uma verdadeira lufada de ar fresco. Foi a estreia de Corin Hardy na realização e não podia tê-lo feito de maneira mais brilhante. O filme tem bastantes elementos "dark fairy tales" que o tornam bastante assustador para as pessoas mais supersticiosas (e é impressionante como neste tipo de filme os bebés nunca estão a salvo). Dos elementos que acho mais aterradores nos filmes de terror são aqueles vindos de mitos e lendas em aldeias... creepy.


6. The Final Girls (2015)


   Muitos irão criticar o facto deste filme constar da lista pois é tudo menos terror puro. Eu sou bastante fã do subgénero slasher. O slasher, em que um psicopata mata sequencialmente as suas vítimas tipicamente adolescentes, começou a crescer, com o início das sagas de Freddy Krueger e Jason, com a continuação da saga Halloween, e a consagração de "Scream". Eu sempre tive queda para esse tipo de filmes e sempre esperei que surgisse um que me pudesse dar aquele sentimento de nostalgia de um slasher antigo, mas ao mesmo tempo também inovar. E é precisamente por isso que "The Final Girls" é dos melhores filmes de terror (horror comedy) de 2015 e merece todo o destaque. Não tenho dúvidas de que, para quem gosta do subgénero e gosta de comédia e terror, vai adorar este filme. Uma verdadeira delícia.




5. Bone Tomahawk (2015)


   Para quem procura filmes com um ambiente diferente e que levam o horror a uma outra dimensão, este é o filme para vocês. Antes demais, acho que a mistura de géneros Western e Terror é genial: cowboys e canibais, protagonizado por Kurt Russell, o que poderia ser melhor? A minha principal ou única crítica ao filme é que tem um desenrolar lento, mas justifica-se pelo seu argumento, ou seja, acaba por estar construído de forma inteligente e até assustadora (é impossível não ficarmos com calafrios em algumas cenas, é mesmo possível  invocar a sensação de medo - ao contrário do que sucede com "Green Inferno" de Eli Roth). É mais um exemplo de como a variedade no género Terror produz resultados excelentes, e 2015 foi um um ano marcante nesse aspecto.


4. What We Do In The Shadows (2014)


   De 2014, mas teve o seu "release" em 2015. É um mockumentary sobre um grupo de vampiros que dividem um apartamento, e é a combinação perfeita de terror e comédia. Não me divertia tanto a ver um filme à imenso tempo e é, sem dúvida uma obra que se tornará num filme de culto. É uma verdadeira sátira pois constantemente brinca com inúmeros clichés, sendo bastante inteligente. Esta comédia de terror é das melhores dos últimos tempos.





3. Crimson Peak (2015)


   Filmes que saibam tirar partido da sua atmosfera são aqueles que só podem ser bons. "Crimson Peak" é, antes demais, dos filmes mais assustadoramente belos que já vi: visualmente está excelente e quase que se torna possível ao espectador "entrar" naquele tempo e ambiente. O elenco é, basicamente, dos meus actores preferidos, e cada um faz uma interpretação bastante boa. A única crítica que poderia apontar é que o filme demora um bocadinho a arrancar, diga-se. Sendo uma história de fantasmas de época, estava à espera que se fosse menos slow-paced, mas felizmente somos recompensados por um excelente terceiro acto. Keep Calm because Guillhermo Del Toro knows what he's doing.














2. We Are Still Here (2015)

   "We Are Still Here" esteve mesmo muito próximo de ser o primeiro lugar desta lista. Se fosse a lista das "maiores surpresas do ano", este ganhava a léguas. Filmes de terror com uma história sólida são uma raridade, e até nem dava muito por este porque parecia-me pouco original. Ora filmes sobre casas assombradas não é propriamente algo de novo... Mas o filme consegue, ainda assim, surpreender e ser inovador, pois mistura a vertente do suspense (e uns bons jump-scares) e do gore da melhor maneira possível. Eu adoro filmes de terror "old school" inteligentes, que vão gradualmente aumentando a tensão e que tenham finais com impacto e que nos deixem a pensar. E são precisamente estes os grandes trunfos da película.











1. It Follows (2014)

   Pode ser uma escolha previsível, mas "It Follows" merece todo o hype que teve (é também um título que é capaz de dividir muitas pessoas...). Foi o filme mais intrigante que vi nos últimos tempos, e o único que poderia ser o primeiro lugar da lista. Cheio de suspense, tem aquele "80's vibe" que não vai deixar nenhum fã do género indiferente, e é, sem dúvida, de ficar colado ao ecrã o tempo todo. É por esse motivo que foi uma tão agradável surpresa, porque tem uma estrutura pouco convencional e é muito mais original do que o terror contemporâneo nos tem vindo a habituar. A cinematografia de Michael Gioulakis é outro grande trunfo e combina todos os elementos de sucesso que tornam "It Follows" no melhor filme de terror de 2015. Para quem gosta de filmes mais violentos e com gore, este não é para vocês. O ponto mais forte deste filme é o facto de ficar muito tempo na nossa cabeça e ser memorável, tal como acontecia antigamente. Recomendadíssimo!











Menções Honrosas

Creep
Goodnight Mommy
The Nightmare
Deathgasm



por Sarah Queiroz
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Especial Colaborações do Cinema: Neill Blomkamp e Sharlto Copley

By Sarah - sábado, agosto 08, 2015


Vamos continuar o nosso especial Colaborações do Cinema, trazendo agora em destaque a dupla sul-africana que, na minha opinião, faz maior furor no mundo Sci-Fi: Neill Blomkamp e Sharlto Copley.

Sharlto Copley e Neill Blomkamp

   Blomkamp e Copley representam uma verdadeira lufada de ar fresco no mundo cinematográfico. As suas colaborações parecem ser das mais genuínas que há, e não é possível ver algum dos filmes e não notar isso. A filmografia do realizador não é extensa, mas todos os seus filmes contaram com a presença do actor Sharlto Copley. Neill Blomkamp é um realizador extremamente inteligente e adoro as temáticas implícitas que aborda, enchendo os seus filmes com metáforas sobre a identidade, seja individual ou social. Após três filmes, tão parecidos e tão distintos, é de ansiar o que aí vem por parte do realizador, e esperemos que conte sempre com o magnífico actor!
   Vejamos, então, os filmes que contam com a colaboração de Neill Blomkamp e Sharlto Copley. Qual é o vosso preferido e porquê? Partilhem connosco a vossa opinião!


District 9 (2009)





   "District 9" marcou a estreia no mundo da realização de longas-metragens por parte de Neill Blomkamp, e que estreia de grande impacto foi esta... Na minha opinião foi o melhor filme de 2009. Produzido por Peter Jackson, o filme deixou automaticamente o público intrigado antes da estreia, pela imensa publicidade que teve. Não é fácil fazer um filme de Sci-Fi que seja inteiramente competente, mas felizmente foi Blomkamp a comandar a película, e devido à sua grande habilidade, trouxe-nos dos melhores filmes Sci-Fi da década. É impossível ignorar a critativade narrativa, especialmente quando conjugada pelo estilo cinematográfico de falso-documentário.

Um grupo de extraterrestres, que aterraram na Terra há 28 anos atrás, vive segregado dos humanos numa área degradada chamada Distrito 9 em Joanesburgo, África do Sul. A MNU é a empresa que fica responsável pelo controlo dos alienígenas e pela relocalização da sua população, mas tem também outro interesse: tomar posse da sua biotecnologia. A tensão entre humanos e extraterrestres cresce, sobretudo quando Wikus van de Merwe (Sharlto Copley) um operacional da MNU, contrai um vírus contagioso que modifica o seu DNA. Wikus torna-se no homem mais procurado do mundo sendo obrigado a fugir. Sem saber para onde ir, só tem um lugar onde se esconder: o Distrito 9, onde poderá encontrar uma forma de inverter o processo que está a acontecer ao seu corpo.

   O filme é, na sua simples essência, genial: a narrativa inteligente (como se de uma alegoria política se tratasse), combinada com uma abordagem super original e com uma interpretação formidável de Sharlto Copley, não deixou ninguém indiferente. É absolutamente inesquecível, inovador e ousado. A realização é de uma competência soberba, os efeitos especiais estão fantásticos (tendo em conta o budject subjectivamente modesto), sendo que o maior destaque vai mesmo para o actor, que interpreta Wikus de uma maneira assombrosa, em que se torna impossível não criar uma ligação com a personagem. "District 9" foi nomeado aos Óscares de Melhor Filme e Melhor Argumento Original. É caso para dizer que a primeira colaboração de ambos revelou ser perfeita, pelo que seria complicado ultrapassarem este marco...




Elysium (2013)





   Depois da sua estreia em grande com "District 9", era de esperar que Blomkamp se começasse a envolver em grandes produções. E eis que fê-lo precisamente com "Elysium", em que é perceptível a intenção de seguir os passos do seu antecessor, contando novamente com Sharlto Copley. Pese embora o facto de ter ficado a léguas da qualidade de "District 9", gostei do facto de Blomkamp ter arriscado com um argumento bastante diferente e original, que faz novamente o espectador reflectir sobre a desigualdade. Tecnicamente impecável, o aspecto visual de Elysium é impactante, aliás como o seu antecessor, podendo-se até dizer que é quase como uma "marca" do realizador. O grande mérito é que não é exagerada, como inúmeras outras produções do género.

Em um futuro não muito distante, a Terra está doente. Enquanto a população vive em condições precárias, um grupo elitista de terráqueos habita um oásis flutuante. Nessa estação espacial, Elysium, o poder da cura é uma realidade, mas a luta pelo poder ainda é uma doença. É quando o interesse por salvação de Max (Matt Damon), trabalhador infectado por radiação e com cinco dias de vida pela frente, converge com um golpe de estado planejado por uma ambiciosa secretária de defesa (Jodie Foster). Mas eles estão em lados opostos e os planos de ambos poderão sofrer uma drástica mudança.

Elysium é um bom momento de entretenimento, que, na minha opinião, sofre apenas da abordagem tipicamente "hollywoodesca", uma vez que não é profundo o suficiente, não obstante a temática ser novamente original (como esperado das sátiras de Blomkamp). Eu gostei por ser fã, mas decerto que os mais exigentes poderão implicar com esta película.





Chappie (2015)




Em 2015, a hype em torno de "Chappie" era quase que palpável. A dupla sul-africana, apesar de relativamente jovem no mundo cinematográfico, já estava consolidada o suficiente para ser considerada a grande dupla do género ficção-científica (ainda que Elysium tenha sido criticado). É sem dúvida um filme ambicioso, que procurou combinar os elementos sci-fi, com comédia, suspense, cyber-punk e até drama. O problema com o resultado final foi a confusão e falta de coerência que acabou por gerar. Estava com bastantes expectativas em relação ao filme, uma vez que Neill sempre conseguiu concretizar as suas ideias com um detalhe incrível, mas talvez por ter visto com ideais exigentes é que acabei por me desiludir. Porque é claro que tem os seus méritos, e entretém. A fotografia, como sempre está fantástica... mas não consigo ultrapassar o facto do elenco ter deixado ligeiramente a desejar, especialmente a dupla de Ninja e Yo-Landi Visser, que conseguiram fazer o oposto (de dar credibilidade) em relação ao que se propunham. Sharlto Copley mais uma vez este impecável, desta vez no papel de Chappie, uma vez que a movimentação do robô está bastante convincente e bem captada. Os efeitos especiais são, sem dúvida, um grande destaque. 

Num futuro próximo, a polícia transformou-se numa força opressora robotizada que defende os interesses governamentais, sem olhar para as injustiças e dramas da população. É então que é criado um "robot" dotado de uma programação mais avançada que, para além dos seus poderes sobre-humanos, lhe confere ainda sentimentos e inteligência própria. Chappie "nasce" assim para a vida como uma criança, capaz de aprender, improvisar e transformar-se a cada dia. Ao mesmo tempo que alguns encontram nele a esperança de que precisavam para agir contra a corrupção policial, as autoridades vêem em Chappie uma verdadeira ameaça à lei e à ordem estabelecida. Por isso, estão determinados a destruí-lo e garantir que nunca mais seja replicado.

Depois de ter visto o filme, e sendo já o terceiro do realizador, é inevitável fazer comparações. Apesar de ser uma película que mexeu com as minhas emoções (a carga emocional até é demasiada, estando o ambiente sci-fi muito pouco explorada), é fácil notar a queda de qualidade no argumento. Novamente faz a sua alegoria política, e é sem dúvida inteligente, especialmente por tentar abordar as questões de consciência e personalidade do indivíduo, mas perde-se a meio do caminho, não respondendo a tantas questões que são abordadas. O que é pena, porque é sabido que Blomkamp é um realizador de extremo potencial, mas honestamente tem que superar o sucesso de "District 9" para poder se reafirmar. 



VEREDICTO: É certo que a filmografia de Blomkamp não é longa, mas não há dúvidas de que, com esta dupla, filmes de enorme qualidade e inteligência é o que se pode esperar, e estou bastante entusiasmada com possíveis futuras colaborações. Já se sabe que caberá a Neill Blomkamp a realização do tão esperado "Aliens 5", agora é esperar se Copley terá algum papel no filme, uma vez que participou em todos até agora. Gostava mesmo! O meu filme preferido desta dupla é, indiscutivelmente, "District 9". Foi, sem dúvida, um novo marco no Sci-Fi e a sua qualidade é indubitável.

E o vosso? Partilhem connosco a vossa opinião!




por Sarah Queiroz


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TOP 5 Melhores Filmes: Scarlett Johansson

By Sarah - sexta-feira, julho 24, 2015



   Estamos de volta com mais um TOP 5 Melhores Filmes, e a actriz-alvo é a bela Scarlett Johansson. Mas para além de ser lindíssima, é uma actriz bastante versátil, uma vez que existe poucos géneros que ela não tenha experimentado. Desde filme indie a grandes blockbusters, a actriz já conta com excelentes filmes na sua carreira. O grande mérito dela é que nunca teve medo de fazer escolhas ousadas.
   A tarefa de elaborar um TOP 5 dos melhores filmes de Scarlett não é, de todo, fácil. Descubram os nossos preferidos e partilhem connosco a vossa opinião!


5. The Avengers (2012)


   "The Avengers" é o meu filme preferido de super-heróis, em que sou capaz de ver e rever, dia sim dia não, e continuar a lançar gritos "nerdy" como se da primeira vez se tratasse. É o terceiro filme mais lucrativo nas bilheteiras de todos os tempos, e óbvio que há razões para isso. É uma verdadeira celebração da "nerdice", e Joss Whedon foi perfeito na sua construção. Scarlett Johansson desempenha o papel da Viúva Negra, e sinceramente não imagino ninguém melhor para a personagem: é implacável, sensual, e de uma presença inigualável.












4. Under The Skin (2014)


   "Under the Skin" é um filme estranho e atípico... mas hipnotizante... Scarlett consegue sobressair, sendo uma presença bastante forte. Aliás, consegue ser até aterrorizante, pela sua crueldade e apatia, sendo que depois consegue evoluir de maneira completamente oposta ao início do filme. A obra proporciona-nos uma experiência extremamente sensorial, pelo que não será do agrado de todos. Mas, para o que o filme ambicionava, Scarlett foi perfeita, e este filme é formidável.





3. Vicky Cristina Barcelona (2008)

 
Eis um filme que é bastante diferente do usual "Woody Allen", mas que é obrigatório para os apreciadores. É uma obra com uma grande lição, aliás, como o realizador sempre faz. Não é por acaso que Allen é um mestre da realização. "Vicky Cristina Barcelona" é um drama romântico bastante intenso, sensual e inovador, que retrata vários ciclos de romance em que as personagens têm visões opostas do amor, marcadas por uma derradeira imprevisibilidade. Scarlett Johannson é a musa de Woody Allen, e aqui tem um desempenho brilhante.




2. Matchpoint (2005)


   Mais uma grande colaboração de Johansson com Allen. Adorei este filme: Woody Allen é, sem dúvida, um realizador peculiar e os seus filmes não são para toda a gente, mas creio que com este filme reinventou a sua carreira. "Match Point" é dos meus preferidos dele, porque a sua construção narrativa acaba por ter aquela pontadinha de Hitchcock ao fazer uma memorável reflexão acerca de como a sorte ou azar, ou qualquer escolha, influenciam a vida de cada um. A actriz revelou-se deslumbrante, com uma personagem que evolui de confiante, a maníaca e perigosa.




1. Lost in Translation (2003)


   O filme, só por si, é absolutamente inesquecível, sendo inclusive o meu preferido da realizadora Sofia Coppola. A história retrata dois solitários no Japão que estão a ultrapassar uma crise existencial, colocando em causa os seus casamentos. Ao conhecerem-se, começam a passar todo o tempo juntos, e estabelece-se uma relação de compreensão mútua que vai-se consolidando à medida que o tempo passa. Adoro a abordagem subtil da realizadora à carga de emoções que a solidão pode trazer, e Scarlett Johansson (com apenas 19 anos na altura) desempenhou na perfeição o seu papel. O filme é profundo e de uma sensibilidade bastante especial, sendo, na minha opinião, o melhor filme da carreira de Johansson.





por Sarah Queiroz

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