
Sinopse (PUBLICO): Vagueando por uma venda de garagem organizada pelos vizinhos, a pequena Em (Natasha Calis) sente-se imediatamente atraída por uma velha caixa de madeira. Depois de convencer o pai a comprar o objecto, leva-o para casa e cria uma estranha obsessão por este. Clyde e Stephanie (Jeffrey Dean Morgan e Kyra Sedgwick), os seus pais, sentindo-se culpados pelo seu recente divórcio, começam por julgar que essa estranheza de comportamento se deve às dificuldades em aceitar a nova situação familiar. Porém, quando a criança se torna verdadeiramente agressiva, acabam por perceber que aquela mudança coincide com a chegada do misterioso objecto. É então que descobrem que a caixa foi criada para conter um espírito maligno e que, ao abri-la, a criança foi possuída por ele. Desesperados por ajudar a criança, depressa compreendem que a ciência não tem todas as respostas e que, neste caso, a ajuda pode estar para lá da simples razão.
O problema do argumento reside no facto de haver muitas pontas soltas. E não é só isso. Como a narrativa não se torna propriamente complexa, pois o aprofundamento substancial fica-se mesmo pelo básico, inevitavelmente The Possession torna-se aborrecido de previsível que é. Mesmo para os menos atentos, não é difícil adivinhar o desenrolar da história, e esse carácter de previsibilidade e o facto de estar envolto em inúmeros clichés, são dos aspectos menos positivos que saltam mais à vista. O clímax final está, com certeza, assente numa atmosfera bem assustadora, mas para chegar lá os espectadores têm que penar muito. Torna-se difícil sustentar tanto minuto em que não se passa lá grande coisa.
Os méritos do filme são a dois níveis: a nível de fotografia e na construção das personagens. Em relação ao primeiro aspecto, há sequências verdadeiramente bem construídas e o realizador não falha nessas a criar a devida antecipação. Mas o problema é que ficamos pela antecipação. O suspense está lá, com certeza, mas a nível de sustos... Difícil. A cena inicial é bastante promissora. É um grande começo, a acentuar bem o estilo do filme. Infelizmente, não manteve o nível durante os minutos restantes. Isto porque o nível de originalidade depois chegou ao zero. E para não falar da edição/montagem de som que, muito sinceramente, está péssima. Em relação ao segundo aspecto, há que dar mérito ao filme por dar às personagens alguma história bem desenvolvida, não obstante ser daqueles melodramatismos clichés, porque é daqueles aspectos que os filmes de terror geralmente falham.
Para ser franca, é mesmo daqueles filmes que se vê à vontade, mas não perdura na memória. É esquecível, embora deva salientar que não é desprovido de elementos assustadores, porque até tem sequências bem executadas. Só que as falhas a nível estrutural são demasiado evidentes; O que é pena, porque é um filme que tinha potencial para ser muito, mas muito melhor. Mas a tentativa forçada de se evidenciar acabou por não ser particularmente bem sucedida. No entanto, é uma escolha razoável ao ponto de valer a pena dar uma olhadela. Não esperem é mais que razoável.
Realização: 6/10
Actores: 6.5/10
Argumento/Enredo: 6/10
Duração/Conteúdo: 6/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 6/10
Média Global: 6.1/10
Crítica feita por Sarah Queiroz
Informação
Título original: The Possession
Título em português: Possessão
Ano: 2012
Realização: Ole Bornedal
Actores: Jeffrey Dean Morgan, Kyra Sedgwick, Madison Davenport
Trailer:
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