Depois do Cinema

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Captain America: The First Avenger (2011)


Próxima paragem: Os Vingadores.

Gosto deste herói. É um facto que ele não tem super-poderes per se – tem agilidade, reflexos, velocidade e força em níveis aumentados; não tem a força de um Hulk ou de um Thor, ou a agilidade do Homem-Aranha mas é um super-herói que gostamos facilmente. OK, talvez as suas origens na Segunda Guerra Mundial aumentem o seu charme. Enfim, já estou a divagar: o caminho rumo a The Avengers, o filme que era mais esperado para este ano, terminava com a película Captain America – The First Avenger. Começava com um magnífico Iron Man  e competente The Incredible Hulk de 2008, passando por um menos fantástico Iron Man 2 em 2010, e voltando de novo em 2011 com Thor. Passado alguns meses após a estreia do deus do trovão, a Marvel lançou o filme merecido daquele que foi o primeiro super-herói.
O filme é passado durante a Segunda Guerra Mundial, e conta-nos a história de Steve Rogers (Chris Evans), um homem franzino que deseja alistar-se no exército. No entanto, a sua estatura e saúde impedem-no de realizar tal desejo. É então que aparece Dr.Erskine (Stanley Tucci), um cientista que desenvolveu o Soro do Super-Soldado,  projectado para criar um exército de seres humanos cuja superioridade física ajudaria na vitória da 2ª Guerra Mundial. O cientista oferece a Rogers a oportunidade de participar no seu projecto para criar um "supersoldado". Durante a experiência, a injecção de um soro e radiações possibilita a transformação de Rogers, melhorando em todos os aspectos possíveis e tornando-se assim o Capitão América. O seu objectivo é ajudar na guerra, tendo como principal missão deter o Red Skull (Hugo Weaving), líder da H.I.D.R.A, uma organização científica que pretende utilizar um dispositivo -Tesseract- como fonte de energia para dominar o mundo.

Primeiro que tudo devo dizer que, de uma maneira geral, gostei da longa-metragem. A nível de argumento, não temos aqui nada de extraordinário, mas é competente. Tem é algumas falhas que poderiam ter sido evitadas e momentos que simplesmente não deveriam existir, que mencionarei mais à frente; mas primeiro falemos de coisas boas. Achei que foi uma lufada de ar fresco termos um filme de um super-herói cujo o ambiente não era uma cidade com arranha-céus recheado de agentes da S.H.I.E.L.D ou afins. Não parece, na sua essência, um filme de super-heróis convencional. A fantástica fotografia de Shelly Johnson e todo o retro vibe do filme influenciam para isso. Parece então que temos uma história mais independente e que pode ser explorada devidamente. Nesse sentido, o realizador Joe Johnston acertou, pois temos um bom background da personagem principal e à qual nos conseguimos identificar. Um outro ganho do realizador é que este explorou a aventura ao invés da acção, fazendo lembrar uma aventura inspirada no clássico Indiana Jones – contudo, acho que a inserção de algumas cenas mais épicas, ao estilo dos bons filmes da 2ª Guerra Mundial, elevava a película. Existem sequências de acção, claro, mas falta-lhes o tal carácter mais dramático e épico. Este filme é na sua essência uma aventura emotiva, em que o amadurecimento de Steve Rogers em Capitão América está muito bem conseguido.

Sinto-me é dividida em relação à inclusão do “quase” romance entre Peggy Carter e Steve Rogers neste filme. Por um lado, acho que era desnecessário incluir o romance para uma personagem que acabaria por ficar “inactivo” durante décadas. Por outro lado, e como foi mesmo inserido o interesse romântico, tal deveria ser melhor explorado – talvez para expandir a componente sentimental. O mesmo se aplica à amizade entre Rogers e Bucky, sendo essa relação importante e mesmo Bucky é um elemento central na história do Capitão América. O realizador errou nesses dois aspectos, pois creio que tudo se desenvolve muito rápido (um erro comum da Marvel). Outro aspecto que acaba por desiludir é a conclusão; temos aqui um clímax que deixa muito a desejar, nomeadamente um confronto decente entre o Capitão América e o Red Skull. Contudo, temos uns últimos minutos que nos deixam com apetite para The Avengers. A contextualização da inclusão do Capitão América para esse filme é feita e, tal como outros filmes da Marvel, existem diversos aspectos que nos elucidam para o universo da Marvel.

Relativamente a performances, temos aqui grandes nomes como Tommy Lee Jones, Stanley Tucci e Hugo Weaving como o terrível Red Skull. Estes três constituem o grande elenco secundário e com interpretações satisfatórias por de trás de Chris Evans, que interpreta o Capitão América. Este está muito bem, melhor do que no péssimo Fantastic 4. Achei que a tecnologia utilizada para deixar o actor mais franzino está óptima, e, estereotipando ou não, creio que se coaduna mesmo com a personalidade mais tímida e frágil da personagem Steve Rogers, que se mantém igual mesmo depois de se tornar um "supersoldado".

Em síntese,se Captain America: The First Avenger ganha pela sua integridade, pelas introduções à origem do Tesseract e H.Y.D.R.A e não ter ligação com os Vingadores em demasia. É assim que se deve contar uma história, dando os elementos necessários para o espectador ligar; no entanto, o filme peca por um segundo e terceiro actos a "querer despachar", ao lançar uma narrativa que, apesar de coerente, poderia ser melhor explorada- acabando por parecer apenas uma paragem do comboio com destino a The Avengers. Mas é um bom filme, não me interpretem mal - é competente enquanto blockbuster de aventura e acção, com um interessante retro vibe e actuações sólidas.


EXAME

Realização: 7.5/10

Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 7/10
Efeitos/Fotografia: 8/10
Duração/Conteúdo: 7/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 7/10

Média Global: 7.4/10

Crítica feita por Joana Queiroz

Informação


Título em português : Capitão América: O Primeiro Vingador

Título Original: Captain America: The First Avenger
Ano: 2011
Realização: Joe Johnston 
Actores:  Chris Evans, Tommy Lee Jones, Hugo Weaving, Sebastian Stan, Dominic Cooper, Stanley Tucci.

Trailer:

6 comentários:

  1. Epá, não podia estar mais de acordo com esta crítica! Gostei muito do filme (para o padrão praticado pelos filmes da Marvel, acrescentando que gostei muito mais do que do "Thor"), mas também concordo que o romance era desnecessário ou devia ter sido melhor explorado e que o clímax é muito apressado.
    Adorei a fotografia e as transições! Gostei do facto de terem feito uma primeira hora só de build-up, não tentando apressar no aspecto de contar como Steve Rogers se tornou no Cap. América (isso podia ter deitado todo o filme a perder, pois teríamos um protagonista artificial), entrando com as cenas de acção na segunda metade.
    Mas, como disseste Joana, as cenas de acção, apesar de competentes, podiam estar mais épicas, principalmente o já referido clímax com o Red Skull...

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  2. Também concordo com esta crítica e com o comentário acima. Acho que exploram bem a "transição" para capitão américa. Contudo, esperava um pouco mais de confrontos, não sei explicar. Acho que o Thor também se assemelha a este filme, no sentido de também se afastar das paisagens de cidades típicas dos filmes de heróis, e como se vê também em Os Vingadores. Acho que todos os filmes da Marvel fizeam um bom papel de montar o palco para o crossover, esse sim grande filme.

    Cumprimentos

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  3. Começa bem, mas perde-se a meio, tendo uma segunda parte algo aborrecida.

    O romance é interessante, porque depois no futuro o Rogers ainda iria encontrá-la, ele novo ela idosa. Essa dinâmica seria de valor explorar. Mas por questões de tempo foi cortada dos Avengers. Talvez no Cap 2.

    O Bucky continuará a ser importante também.

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  4. @ Rodrigo: eu por acaso gostei mais do Thor, mas ambos estão no mesmo patamar. Se a primeira parte está óptima mesmo pelo desenvolvimento da personagem principal, a segunda parte torna-se meio aborrecida e o que realmente interessaria é muito apressado.

    @ João Figueiredo: Sim, concordo contigo. Apesar de Thor se passar na actualidade em alguns momentos.

    @ Loot: Subscrevo o que disse ao Rodrigo, creio mesmo que na segunda parte perdeu-se um pouco. Não acho o romance assim muito interessante, mas se realmente está incluido deveria ser melhor explorado, e seria muito bom uma referência em The Avengers. Talvez em The Avengers 2 ou mesmo no segundo capítulo do Capitão América, Captain America: The Winter Soldier, em que se sabe o quão importante Bucky realmente é. Pelo menos os fãs da BD já sabem :')

    Obrigada pelos comentários!

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  5. Epá eu achei este o pior filme de Heróis feito nos últimos anos... uma desilusão completa, nem o Hugo Weaving se safou como vilão ao contrario do que eu podia inicialmente prever.

    A segunda parte do filme é patética na forma como os CAP acaba com os inimigos que bailado, e depois aquela cena de entrar e sair do avião... brrr

    Capitão America não, Capitão Larilas

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