Porque verdade seja dita, hoje em dia temos vindo a saber o que esperar de filmes deste género, e dificilmente há titulos com aquele elemento surpresa. Mas os argumentistas conseguiram superar, e por muito, a tal "linha que separa" o péssimo do aceitável, pois Sinister traz-nos uma história deveras intrigante que consegue mesmo colocar o espectador na pele da personagem principal. Ellison (Ethan Hawke), um escritor de policiais que decide escrever a história da sua vida e resolve mudar-se com a família para o cenário mais indicado, este sendo uma casa onde uma família foi brutalmente assassinada. Nessa casa, descobre uma caixa com filmes caseiros, em que em cada filme depara-se com as cenas mais macabras em que famílias inteiras são mortas. Decidido a escrever sobre isso e a investigar o que descobriu, irá muito em breve aperceber-se que aquelas filmagens têm algo em comum, e o provável é que a sua família se torne a mais recente vítima daquele lugar de maldição... Não é nada de propriamente original, é certo, mas penso que por vezes é necessário ignorar este facto, para se poder apreciar ao máximo o filme. Porque essencialmente resulta. Apesar de pecar na falta de originalidade, é um filme que ao mesmo tempo consegue ser fresco e revitalizante, numa época verdadeiramente difícil para o género... Mas lá está, há elementos no filme que o enfraquecem na globalidade, pois não permite alcançar o seu verdadeiro potencial. Há determinadas alturas em que o desenvolvimento sequencial das cenas é demasiado lento, sendo mais evidentes as incoerências e falhas substanciais do filme. Mas Derrickson sobrepõe estas falhas ao introduzir uma abordagem bastante interessante ao filme, na sua frenética realização.
E é este ponto que pretendo destacar. A realização de Scott Derrickson é verdadeiramente sublime, sendo dos grandes pontos positivos do filme, isto porque não falha na composição visual das cenas, estas recheadas de elementos sobrenaturais e obscuros, que dificilmente deixarão os espectadores indiferentes. O realizador demonstra mais uma vez o seu talento ao apostar em elementos sinistros, pois não são poucas as cenas bem sucedidas, mesmo que excessivamente escuras. Apesar de ser isso que causa a sensação de tensão que acompanha o espectador durante o filme todo, poderá tornar-se cansativo, pois é usado demasiadas vezes. Debati-me em certas partes do filme para não gritar: "Acende as luzes Ethan!". E claro está, o filme também está envolto numa trilha sonora verdadeiramente arrepiante, o que contribui para exacerbar o ambiente angustiante e de ansiedade que, por vezes, só a imagem não faz acontecer. É que ultimamente temos-nos deparado com aqueles filmes em que não é possível qualquer conexão entre as personagens e o espectador, em que os sustos só se tornam possíveis através da técnica referida do impacto sonoro. Mas é aqui que, novamente, dou o mérito ao realizador Scott Derrickson, pois através da sua realização sugestiva, arranja maneiras geniais e eficazes para conseguir implementar o verdadeiro horror na cabeça dos espectadores. Assim, podem contar com imensos sustos...

Apesar da evidente previsibilidade da trama e conter alguns clichés próprios do género que não permitem obter a Sinister o prémio de originalidade, é um filme que tem os seus trunfos e qualidades, que definitivamente se fazem sobressair, tornando Sinister das grandes surpresas do género terror deste ano. Recomendadíssimo!
EXAME
Realização: 8/10
Actores: 8.5/10
Argumento/Enredo: 7/10
Duração/Conteúdo: 7/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 7/10
Média Global: 7.5/10
Crítica feita por Sarah Queiroz
Informação
Título em português : A Entidade
Título Original: Sinister
Ano: 2012
Realização: Scott Derrickson
Actores: Ethan Hawke, Juliet Rylance, Fred Dalton Thompson
Trailer:
Também gostei de ver, em casa não digo mas no cinema mete medo haha
ResponderEliminargostei muito do filme
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